Agosto, mês do desgosto!

Editorial
Guaíra, 5 de agosto de 2015 - 15h25

Reza a lenda urbana que o mês de Agosto é o mês do desgosto, mês do cachorro louco e para nós, guairenses, mês de acidentes fatais nas rodovias.

No âmbito da política, o  oitavo mês do ano reserva histórias de amargar na política brasileira. Em 1954, Getúlio Vargas se matou. Em 1961, Jânio Quadros renunciou.

Mas é em 2015,mque nos interessa e  o clima esquenta outra vez. A presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estão na berlinda.

Dilma terá um mês difícil e decisivo. O TCU (Tribunal de Contas da União) deve concluir o julgamento das contas de 2014 da gestão. O ministro Augusto Nardes, relator do parecer sobre as contas, apontou irregularidades como as “pedaladas fiscais”, que seriam manobras para simular uma situação contábil melhor que a real. Em caso de rejeição das contas, o papel de Dilma será julgado pelo Congresso. Opositores querem fazer da eventual reprovação o pontapé inicial para o processo de impeachment da presidente.

No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ações da oposição contra as contas da presidente na campanha eleitoral de 2014 também devem ser julgadas neste mês. O PSDB acusa a campanha petista de usar dinheiro proveniente de corrupção.

O Congresso pode ser outro obstáculo para Dilma. Após a volta do recesso de julho, senadores e deputados federais podem colocar em votação pautas que aumentam os gastos do governo e impor novas derrotas à petista.

Além disso, movimentos contrários à presidente prometem realizar manifestações no país no dia 16.

Não é só Dilma que enfrenta turbulências neste mês. A operação Lava Jato vem respingando em políticos como Eduardo Cunha e pode produzir novos efeitos em agosto. Cunha e o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) correm o risco de serem denunciados nas próximas semanas.

Em julho, veio à tona a acusação do lobista Julio Camargo, que afirmou ter pagado US$ 5 milhões em propina a Cunha.

A advogada Beatriz Catta Preta, que representava Camargo, acusou aliados de Cunha na CPI da Petrobras de tentar intimidá-la. Acusação similar à feita pelo doleiro Alberto Youssef. Deputados federais, inclusive do próprio PMDB, já pediram a saída do peemedebista da presidência da Câmara.

Preso nesta segunda-feira (3), o ex-ministro José Dirceu foi o primeiro político a sentir o dissabor no mês atual.

 

 


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