Ainda não acabou!

Editorial
Guaíra, 12 de maio de 2016 - 08h02

Quando fechamos nossa edição de hoje, ainda não tínhamos o resultado – líquido e certo – da votação dos senadores sobre o impeachment de nossa presidente. Sabíamos, de antemão, que ela esvaziou suas gavetas e que zerou os computadores, mas no Brasil tudo é possível.

Porém, não acabará a saga do PT com a votação dos senadores. Há ainda uma próxima etapa, que é levar a questão jurídica e política para ALÉM DAS FRONTEIRAS DO BRASIL. O foco será a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a OEA, Organização dos Estados Americanos.

No mesmo dia, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, reunia-se com o presidente da Corte Interamericana, Roberto Caldas, e com o secretário-geral da OEA, Luiz Almagro, que foi, pela segunda vez, manifestar apoio à Dilma e desfiou aos jornalistas dúvidas quanto ao processo de impeachment no Brasil. Segundo ele, o processo não pode ser apenas político e o crime de responsabilidade precisa ser comprovado.

Há várias questões a serem levantadas aí. A primeira delas é por que será, afinal, que a OEA e a Corte Interamericana não concentram suas energias na Venezuela, país onde a economia e a política estão estraçalhados, com profundos problemas sociais, as instituições patinando e a população sem ver luz no fim do túnel? Não, concentram-se no Brasil!

Outras curiosidades: o advogado Roberto Caldas, conhecido como aliado ao PT, foi da Comissão de Ética Pública da Presidência da República já no governo Dilma Rousseff e indicado por ela para a Corte Interamericana. Quanto a Almagro, parlamentares oposicionistas dizem que ele “está mal informado” porque vem sendo influenciado pela ex-ministra Idely Salvatti, do PT, que, depois de ser ministra do governo Dilma, foi indicada para ser assessora de Acesso a Direitos e Equidades da OEA.

A Agência de Notícias do PT reproduziu trechos de entrevista de Roberto Caldas ao jornal argentino “Pagina/12″ em que ele, ao comentar o processo de impeachment e o instituto da delação premiada, afirmou ver “com preocupação o avanço de elementos próprios de um Estado de exceção no Brasil”.

Em tom de advertência, o advogado disse: Recordemos que já tivemos a experiência de golpes na Venezuela em 2002 e em Honduras em 2009.

Há todos os indícios, portanto, de que os movimentos coordenados para tentar anular o impeachment, a partir do Palácio do Planalto, serão expandidos também para a área internacional, enquanto os movimentos alinhados ao PT ameaçam fechar estradas, articular protestos constantes nas ruas urbanas e tumultuar o quanto puderem a interinidade do vice Michel Temer.


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