Entrevista da Semana

Geral
Guaíra, 12 de novembro de 2017 - 15h23

Lincoln e a criação da Revista Agro S/A

Lincoln Santos Ribeiro, casado com Izildinha Lacativa, pai de Felipe e Bárbara, é formado em Arquitetura e Urbanismo, nasceu na Capital do Estado de São Paulo, mas mudou-se muito pequeno para Curitiba, vivendo por lá até os 22 anos de idade. Lincoln dá todo crédito de mudanças, de progresso, de desenvolvimento a partir de uma célula menor, mas de vital importância: os municípios.

 

Como surgiu a ideia de se fazer uma revista inteiramente voltada para a agricultura?

Em 2005 conheci a Izildinha e ela me ensinou a diagramar o jornal. Comecei com o horóscopo e me apaixonei por esta arte. Anteriormente, na década de noventa, a Izildinha já tinha feito uma revista chamada “Revista do Agricultor” que, por motivos diversos, não progrediu e ela parou. Tive nas mãos alguns exemplares dessas publicações e achei o tema muito interessante. Então, surgiu a ideia de retomar esta revista para valorizar o produtor rural, que na época estava esquecido.

 

Hoje a revista Agro S/A já é muito conhecida e conceituada, não é?

Hoje nosso veículo já está circulando na sua quinquagésima segunda edição. A Revista impressa chega a 360 cidades no interior paulista e mais uma parte do triângulo mineiro. Como temos a versão digital, que é a mesma da física, atingimos em praticamente todos os Estados da Federação e mais 22 países. Muitas pessoas acessam a revista no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Coreia, só para dar alguns exemplos.

 

É prazeroso fazer esta revista?

Com certeza! Levar informações para o homem do campo, valorizar quem tem que ser valorizado no agronegócio é um prazer inenarrável. Antes de tudo é um dever para com o pessoal que toca o agronegócio a nível nacional, que é a grande alavanca do nosso desenvolvimento.

 

Como funciona, hoje, a Agro S/A?

Trabalhamos com um número ideal de funcionários. Ali todos estão preparados para fazer de tudo. Claro que se tenta definir algumas competências, por exemplo, a questão do jornalista, a questão da pauta, da entrega, das fotos, da mídia social, mas como a equipe é relativamente pequena, normalmente a gente acaba fazendo de tudo. É um conceito de grupo, onde todos se ajudam. Não fica definido para uma só pessoa fazer uma área, a nossa ideia é que todos saibam fazer o serviço porque na falta de um, o outro supre a situação. Então, a jornalista ajuda na pauta, que ajuda na questão publicitária, na relação com o produtor rural, na relação com os parceiros comerciais, enfim, um grupo trabalhando para o grupo. Se, de repente, precisar de uma diagramação, uma pauta jornalística, todos sabem fazer e assim vamos nos ajudando mutuamente.

 

No próximo dia 18 de novembro haverá um grande evento envolvendo a Agro S/A, como está sendo organizado?

Na verdade são dois momentos: o aniversário do sexto ano da Revista e a entrega do título de cidadão guairense a um grande líder do agronegócio paulista e brasileiro, o Dr. Fábio Meirelles. O título foi uma indicação do nosso querido e saudoso José Antonio Lopes, que já não se encontra mais entre nós, mas que será muito bem representado. E queremos fazer uma grande confraternização de todo pessoal que está ligado ao agronegócio de São Paulo. Está convidado o Secretário da Agricultura, o próprio Dr. Fábio e sua família, presidentes de sindicatos, parceiros comerciais da Revista, que também são muito importantes. Depois do cerimonial e da questão formal da homenagem, haverá um encontro de lideranças para que haja uma confraternização de todo este pessoal que toca o agronegócio paulista. Será dia 18 de novembro, no espaço aconchegante do Grêmio Colorado.

 

Como você resume chegar aos seis anos da Revista e trabalhando com agricultura?

Trabalhamos muito e aprendemos muito. A agricultura tem ensinamentos que não se restringem somente a ela, mas ensina para a vida. Uma das coisas que aprendemos é que a gente tem que cuidar da terra, semear, cuidar e depois colher. E a gente tem este ciclo muito visível dentro da revista. E se fosse possível fazer uma analogia, dos seis anos de revista com a própria agricultura, a gente verifica que estamos no início dos estágios, estamos ainda adubando a terra, preparando-a, estamos no comecinho da escala, temos um longo caminho pela frente, como também é longo o caminho de qualquer empresa que se propõe a montar e dirigir. Hoje, estamos nos preparando para a semeadura. Se as pessoas visualizarem a Revista com critério, vão verificar que não existem pautas negativas. A nossa filosofia é valorizar quem faz. Isto que é preparar a terra. Está germinando uma semente que ainda requer cuidados e lá na frente vamos colher os frutos desse trabalho.

 

Seria, com seis anos de existência, ainda um primeiro degrau?

Seria sim! Não é fácil fazer uma revista da categoria da Agro S/A. Existe ainda muita coisa a ser feita. Exige muita perseverança, de toda equipe da Revista.

 

Como você definiria o agronegócio?

O agronegócio é como um relógio de corda! É uma engrenagem onde uma parte é interdependente da outra. Vários setores fazem parte dessa grande engrenagem chamada de agronegócio. Não se pode pensar só no que acontece para dentro da porteira e da balança comercial. Existem as empresas que têm papel fundamental na questão do agronegócio e nas questões logísticas. Por exemplo, temos quatro ou cinco empresas em Guaíra, quatro ou cinco em Ituverava, que levam o produto para facilitar a vida do produtor rural também. São empresários que “deram a cara para bater”, estão expandindo os negócios, mas estão auxiliando o produtor rural a ter uma base tecnológica próxima à propriedade. Existem os Sindicatos Rurais que podem sem definidos como peças importantes também dentro dessa engrenagem. É uma cadeia onde um ajuda o outro, como se fosse uma espiral, não se sabe onde é o meio e onde é o fim. Não existe o produtor rural se não se tiver uma demanda dos teus produtos. Não existe Agro, se não tiver o negócio. O “agro”, seria dentro da porteira, onde o produtor rural faz a sua lição de casa muito bem feita. O “negócio” é fora da porteira, envolvendo as questões comerciais e as políticas nacionais de agricultura e pecuária. Essa engrenagem vem funcionando de forma eficiente, mas é necessário sempre “colocar óleo” para que ela não emperre e não enferruje. Por exemplo: no que o Brasil é bom? Ele é bom em agricultura! E o nosso produtor rural é muito competente nesta área. Assim, não pode faltar um pouco de planejamento e políticas públicas mais dinâmicas na nossa agropecuária.

 

Os municípios produtivos são importantes para a Federação?

Eu acredito que os planejamentos têm que começar das próprias cidades. A Federação e os Estados não existem sem os municípios. E os grandes beneficiados da agricultura são os municípios. Os prefeitos que enxergarem esta questão e tratarem o agronegócio local como uma forma mais eficiente, terá um grande retorno para sua cidade. A agricultura acontece nos municípios. Como tudo! Até o que se quer mudar, tem que começar pela cidade. Então, por que gestores públicos, vereadores, todas as pessoas envolvidas não olham com mais carinho à questão da agricultura local? A partir daí, começaremos a mudar toda a estrutura da política pública. O Governo Federal e o Governo Estadual estão muito grandes, então é mais fácil coordenar estas ações a nível municipal.


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