Fala, Cunha

Editorial
Guaíra, 22 de outubro de 2016 - 08h10

Em público, a defesa de Eduardo Cunha descarta a hipótese de delação. Em privado, um dos advogados que integram a equipe admitiu que o baralho de Cunha já inclui a carta da colaboração judicial. Abriu o jogo em conversa com um colega que atua noutro processo da Lava Jato.

De acordo com despacho de Moro, Eduardo Cunha representava risco à instrução no processo, à ordem pública e também porque havia possibilidade de ele fugir do país. Ele é acusado de ter recebido ao menos US$ 1,5 milhão ilicitamente por meio de contratos da Petrobras no Benin, país da África.

O advogado, que conversou com o defensor de Cunha, ficou com a impressão de que o ex-deputado pode propor um acordo à força tarefa da Lava Jato, mais cedo do que se imagina.

Cunha incorporou ao seu time de defensores mais um especialista em delação: Marlus Arns de Oliveira. Que declarou o seguinte sobre delação: ”Esse assunto não foi discutido, não está em pauta.”

Cunha também dizia que jamais renunciaria à presidência da Câmara. Quase um ano depois de ser denunciado pela Procuradoria ao Supremo Tribunal Federal, ele mostrou que mentia. Renunciou à poltrona de presidente numa manobra tardia para salvar o mandato de deputado. Não colou. Cassado, caiu nas mãos de Sergio Moro.

Cerca de 20 manifestantes esperaram Cunha no dia em que foi preso. Levavam cartazes e falavam palavras de ordem, como “Fala, Cunha”. Além das palavras voltadas para o ex-deputado, o juiz federal Sergio Moro, que decretou a prisão, foi lembrado aos gritos de “Moro, Moro, Moro” e de “Polícia Federal, orgulho nacional”.


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