Município registra mais nove casos suspeitos de raiva

Geral
Guaíra, 15 de janeiro de 2016 - 17h15

Foram colhidas amostras de seis equinos, dois bovinos e um suíno. Além destes, três cavalos tiveram a confirmação da doença através de exames

Em dezembro do ano passado os munícipes receberam más notícias de que a doença raiva havia chegado em algumas fazendas, com dois casos confirmados, através da contaminação por mordidas de morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue).  Agora em janeiro, há nove animais com suspeita da doença, sendo seis equinos, dois bovinos e um suíno.

Atualmente são três cavalos que tiveram a confirmação da raiva por exames realizados com materiais coletados. A vigilância informou que todas as fazendas próximas aos casos já foram visitadas e as colônias de morcegos estão sendo eliminadas. “Estamos realizando um trabalho eficaz. Encontramos os focos, juntamente com a Defesa Agropecuária, e, com a pasta vampiricida, conseguimos eliminar os morcegos, já que essa espécie tem o hábito de se limpar lambendo um ao outro. Desta forma, quando passamos o veneno à base de anticoagulante, não só o morcego capturado será eliminado, assim como aqueles que o lamberem”, destaca Maurício Alves, diretor da Vigilância em Saúde.

A confirmação da raiva ocorreu em algumas fazendas localizadas nas imediações do Rio Pardo. Todos os moradores já foram orientados e os que entraram em contato com os animais contaminados também já receberam doses da vacina. “O fato é afastado da zona urbana e toda a equipe de vigilância e da defesa já está se empenhando para controlar a população de morcegos hematófagos que foram encontrados. Outros locais descoberto também já estão sendo tratados. Os animais foram capturados, receberam a pasta e foram soltos novamente em suas colônias”, explica Maurício.

O veterinário da prefeitura, Leonardo Brito P. Andrade ressaltou que a zona urbana não foi afetada e que não há nenhum caso de animais domésticos, como cães e gatos, infectados. “Estão especulando que há cães que podem estar com a doença, o que é mentira. Tivemos estes casos em equinos e bovinos apenas na zona rural, por consequência das colônias de morcegos hematófagos. Os cidadãos podem ficar sossegados quanto aos animais da zona urbana, como cães e gatos, pois não temos casos dentro de Guaíra.”

Apesar da cidade não ter sido afetada pela doença, Leonardo confirmou que haverá vacinação de raiva gratuita para cães e gatos entre os dias 20 e 25 de fevereiro. “A campanha de vacinação de raiva para cães e gatos já está sendo articulada junto ao Estado e teremos a vacinação antirrábica para o primeiro trimestre de 2016. A Vigilância também está orientando os proprietários de fazendas a vacinarem os rebanhos, adquirindo a vacina antirrábica em casas de produtos veterinários”, ressalta Leonardo.

De acordo com a vigilância, todas as pessoas que tiveram contato com os animais contaminados já tomaram as vacinas necessárias. “Vamos continuar vigilantes e se houver alguma intercorrência entraremos com o trabalho em tempo hábil. Mas, independente de ser zona rural ou urbana, se houver qualquer acidente com animais, a população deve procurar o Pronto Socorro, onde terão o primeiro atendimento e logo depois serão encaminhadas, caso necessitem de vacinação”.

O trabalho de prevenção e buscas estão sendo realizados juntamente com o Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) – regional de Barretos, através do diretor Paulo Fernando de Brito. “A equipe está fazendo o controle dos animais, mas pedimos para que os funcionários e proprietários da zona rural tomem cuidados com estes morcegos. Estes bichos não podem ser manejados ou trabalhados pelos moradores, pois eles mordem. Evitem ficar próximos e comuniquem a vigilância ou a defesa”, diz Maurício.

A orientação é para que os munícipes entrem em contato com as autoridades. “Se ocorrer algum aparecimento de morcegos durante o dia, caídos ao chão, pedimos para que a população procure a vigilância, pois crianças ou cães e gatos podem chegar perto do animal”, confirmou Alves.

 

Barretos

A cidade vizinha também confirmou casos de raiva, próximos ao Rio Pardo. A preocupação do Escritório Regional de Defesa Agropecuária (DEA) é que, como as mortes dos animais ocorreram em dezembro, a recomendação seria de que a vacinação começasse já em janeiro. Entretanto, as secretarias municipais de Barretos e Guaíra alegam depender da entrega das vacinas antirrábicas pelo governo estadual. E esse, por sua vez, informou que a compra do medicamento é feita pelo Ministério da Saúde.

O diretor do DEA de Barretos, Paulo Fernando de Brito, afirmou que três equinos morreram em dezembro, em decorrência de raiva, na zona rural de Guaíra e um bovino também foi vítima da doença em Barretos. Outras duas mortes são investigadas.

Ao todo, 36 animais foram capturados em cinco colônias. Outros 16 municípios da região passarão pelo mesmo processo de controle no próximo mês. “O objetivo foi diminuir a população desta espécie para controlar os casos da doença”, afirma a diretoria regional de Defesa Agropecuária.

 

Sintomas da raiva

Animais infectados pelo vírus da raiva podem apresentar diversas formas clínicas da doença. A raiva furiosa é a forma mais comum em cães e gatos e caracteriza-se por alterações de comportamento e agressividade. Entre bovinos e equinos, a forma clínica mais comum é a raiva paralítica. No entanto, no mesmo animal podem ocorrer as duas formas clínicas.

Os primeiros sintomas apresentados pelos bovinos infectados são: perda de apetite, inquietação e mudança de hábitos (procuram esconder-se, mantêm-se imóveis ou deitados em um só local). Quando estimulados, os animais apresentam dificuldade em se deslocar, devido à paralisia dos membros posteriores. O andar cambaleante agrava-se à medida que a doença evolui. Devido à paralisia da mandíbula e dificuldade de deglutição, os animais podem apresentar salivação intensa, aparentando estarem engasgados. Observam-se tremores musculares, diminuição dos movimentos ruminais e altera-se o mugido.

Se uma pessoa for mordida por um animal suspeito de raiva, deve-se: Lavar imediatamente a ferida durante vários minutos com água e sabão, água e detergente ou simplesmente água; Desinfetar a ferida com um antisséptico (álcool a 70o, tintura de iodo ou composto quaternário de amônio) e encaminhar a pessoa mordida a um médico, para tratamento antirrábico. O animal suspeito de raiva deve ser mantido em isolamento durante dez dias, sob vigilância de um médico-veterinário.


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