Guaíra no abandono

Opinião
Guaíra, 20 de janeiro de 2018 - 08h54

Por Paulo Sérgio Lelis

Os bons gestores públicos de Guaíra ficaram para as páginas da história deste município e seu período glorioso é o eco de seu passado.

Já faz alguns anos que Guaíra tem sido penalizada pelo descaso da coisa pública. Veja o completo abandono da praça São Sebastião e seu monumento dedicado à colônia japonesa. Este recinto foi idealizado nos anos 1990 na 1ª gestão do Dr. Orlando, sendo um marco expressivo no conceito urbanístico da área central e no que tange a sua modernidade dentro de um contexto de uma nova concepção paisagística profundamente contemporânea, obedecendo critérios ecológicos.

Hoje, todos os guairenses assistem a sua decadência pelo simples abandono total face aos olhos insensíveis dos administradores públicos atuais. E, aos poucos, a praça central de Guaíra moribunda desfigura seus encantos que um dia se propôs a dar alegria e lazer à população.

A cidade de Guaíra sempre se orgulhava de sua organização e limpeza de suas vias públicas. Todavia, hoje seu transito é caótico e suas vias sujas e mato em abundância em todas as sarjetas. Com trânsito impossível, muitas vezes faz lembrar a imagem confusa da mobilidade urbana da Índia, Calcutá. A instalação da área azul, norma dos municípios mais prósperos e civilizados, aqui ficou para o esquecimento, isto um ato público de negligência para com o povo, omissão do Prefeito e indiferença dos vereadores, os procuradores do povo.

Talvez Guaíra seja uma das únicas cidades do estado de São Paulo que possui um único semáforo para todas suas vias, como se nas demais não houvesse necessidade. Ora a confusa rotatória da rua 10 com avenida 23 tem sido um exemplo do descaso da gestão pública para com a população. Toda população sabe como solucionar, menos as autoridades públicas!

O abandono de Guaíra não se verifica apenas nas vias sujas, mal varridas pelos papéis jogados em suas sarjetas, mas o aspecto pior verifica-se nos vários imóveis em total abandono pela cidade e muitos terrenos baldios sem muros e sujos de mato. Cabe aos Srs. Vereadores uma discussão séria sobre a destinação que o poder público poderá dar por exemplo; ao Grêmio XVIII de Maio, à antiga CTBC, ao antigo posto Ipê no acesso da rua 8 que tem sido um depósito de pneus velhos, suscetíveis a proliferação de doenças e etc. É da competência do gestor público a destinação destes cortiços abandonados para revitalizar e modernizar a cidade, evitando desta forma o mal aspecto e o depósito de lixo.

As avenidas 9 e 11 têm sofrido há anos pelas águas pluviais que transbordam nas vias parecendo verdadeiros riachos, pondo em risco os imóveis próximos. Solução existe para amenizar o problema, basta competência e boa vontade da gestão pública. Enfim, a Prefeitura Municipal é uma entidade de direito público cuja função é a total prestação de serviços à comunidade, pois esta paga seus impostos. Em um Estado de Direito, esta prestação pública deve ser exercida sempre no cumprimento do dever diante do princípio da eficiência.

Os acontecimentos dos últimos anos no Brasil político têm transformado conceitos e valores e a população de Guaíra tem que se inserir neste novo contexto de um novo ideal de passar tudo a limpo, eliminar estes velhos conchavos, fisiologismo, apadrinhamento, procurar sempre escolher os melhores, os competentes, os notáveis, que tenham por ideal o pensamento voltado às próximas gerações.

 


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Paulo Sérgio Lelis

Paulo Sérgio Lelis é Mestre em Direito Público

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