Maçonaria segue viva e atuante por um Brasil mais justo

Opinião
Guaíra, 24 de maio de 2018 - 10h05

Por Kamel Aref Saab*

É quase impossível visitar alguma grande banca de jornal em uma capital brasileira e não se deparar com alguma revista sobre a Maçonaria. Se você realmente procurar, seja atrás dos especiais de receita ou mesmo acompanhada pelas publicações sobre pesca, invariavelmente vai encontrar pelo menos uma publicação que traz em sua capa o famoso símbolo que une esquadro e compasso, quase sempre acompanhado de letras garrafais sobre “Segredos Revelados”, “Entenda a Sociedade Secreta” ou algum outro chamariz para pescar os leitores mais curiosos.

Sem entrar no mérito da qualidade da produção jornalística desses folhetins, podemos garantir que uma estrutura base sempre se apresenta, abordando o papel da Maçonaria na história brasileira e mundial, assim como grandes Irmãos que mudaram o mundo com seus ideais e trabalho. É natural que uma instituição que já soma 300 anos de atuação no mundo e 196 no Brasil seja reconhecida e referendada por sua história. Mas o que não circula pelas páginas das publicações ou os blogs de curiosos a respeito da Ordem é o peso que essa herança tem para os Maçons de hoje.

Apenas falando de nosso País, a Maçonaria acumula feitos como a atuação fundamental na Abolição da Escravatura, Independência, Proclamação da República e mesmo na Redemocratização do Brasil, sempre exercendo seu papel de protagonista na luta pelo progresso e evolução social. Um currículo como esse, acompanhado pelo momento atribulado que o país atravessa hoje, é um chamado que ecoa entre todos os Maçons.

É com base nesse chamado e em nossa responsabilidade enquanto vanguarda da sociedade civil que o Grande Oriente de São Paulo, comparável ao Governo Estadual dentro da estrutura da Ordem, encabeça o projeto das 33 Medidas para um Brasil Justo e Perfeito. A missão é contribuir para o resgate de uma sociedade mais justa, sustentável e com igualdade de condições de desenvolvimento.

As 33 Medidas são um trabalho conjunto a ser construído, uma Pedra Bruta, como dizem os Maçons. A Maçonaria de São Paulo age como um catalisador, reunindo Irmãos e cabeças pensantes da sociedade brasileira para unir visões e corações com o objetivo de resgatar valores como civismo e cidadania para um Brasil que vive tempos de imperfeição e injustiça.

O lançamento oficial do projeto se deu na Câmara Municipal de São Paulo com a presença de mais de 150 pessoas entre Irmãos, Autoridades Maçônicas, Legislativas, Civis e Militares que durante uma tarde inteira se reuniram para ouvir palestrantes renomados sobre desenvolvimento econômico, sustentabilidade, construção social e política e integração com a sociedade, pilares que sustentam o projeto das 33 Medidas. O primeiro de muitos encontros contou com a presença do Exército Brasileiro, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Durante os meses de maio e junho uma série de reuniões ocorrerão, levando a diversas camadas da sociedade civil a possibilidade de contribuírem na construção das medidas, que têm sua elaboração final marcada para julho. Por fim, o lançamento do projeto coletivo concretizado se dará em agosto, mês em que é celebrado o Dia do Maçom. Mais do que permitir uma participação ampla da sociedade, esse cronograma permite que as 33 Medidas estejam prontas para serem apresentadas à sociedade e ao Poder Público antes das eleições, quando corriqueiramente os pleiteantes a cargos públicos apresentem seus planos de governo e buscam o apoio da Maçonaria em suas candidaturas.

Tendo em mãos um documento fruto de uma inteligência coletiva orientada pela melhora do Brasil, temos meios de exigir dos detentores do poder político a implementação de medidas fundamentais para mudar o cenário do País. Além da esfera política, o caráter colaborativo das 33 Medidas permite que estas sejam eixos orientadores para projetos da própria sociedade civil que as construíram, construindo uma ação coordenada de diversos atores pelo bem comum.

A mesma Maçonaria que ajudou a construir o Brasil norteada pelos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade segue viva, não silente ou absorta em passado como se imagina. Como Maçons que somos, entendemos nossa herança histórica e a responsabilidade que carregamos em lutar pela construção do mundo que queremos. Não há obra que se erga sem que na argamassa esteja misturado o suor do pedreiro.


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Kamel Aref Saab

Kamel Aref Saab é Grão-Mestre Estadual do Grande Oriente de São Paulo (GOSP). É engenheiro e bacharel em Administração de Empresas.

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