Os juros mais altos do planeta!

Opinião
Guaíra, 29 de outubro de 2016 - 14h09

A redução da taxa básica de juros da economia de 14,25% para 14% ao ano, uma redução percentual de 0,25 ponto, embora seja a primeira nos últimos quatro anos, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) no último dia 19, não tira o Brasil, infelizmente, da liderança do ranking mundial dos juros reais, bem acima da segunda colocada (a Rússia, com 4,27% e da terceira (a Colômbia, com 3,61%).

Campeão desse indesejado campeonato, o Brasil continua sendo um país onde o empreendedor é sacrificado e o consumidor penalizado com custos mais elevados em todos os bens e serviços a ele oferecidos.

Esse corte dos juros já era esperado pelo mercado, embora analistas estivessem divididos quanto à intensidade: redução de 0,25 ou de 0,5 ponto percentual? Economistas avaliam que a decisão pode ajudar a economia brasileira, vivendo uma piores crises da nossa história, a se recuperar. Ainda assim, fosse 0,5 e não 0,25, o patamar surrealista alcançado pelo Brasil ainda o deixaria muito longe tanto do segundo quanto do terceiro colocados nesse ranking indigesto; o que dizer, então, em relação a economias sólidas como a americana e a europeia? Se a meta central da inflação fixada pelo Banco Central, é de 4,5% para 2017 e 2018, como compatibilizá-la com uma SELIC na faixa de 14%?

Eu e milhões de outros brasileiros – entre tais empresários que deixam de investir por falta de condições para suportar tão alta carga financeira e trabalhadores que deixam de se empregar por falta de oportunidades de trabalho – não entendemos assim.

Esse processo de redução de juros, iniciado tão timidamente no referido dia 19, precisa ser acelerado ao ponto de alcançar o patamar das economias sólidas acima mencionadas. Os juros cobrados, por exemplo, do cheque especial ou dos cartões de crédito são, seguramente, pornográficos!

Para os economistas este foi o primeiro o de uma série de cortes nos juros básicos da economia; a estimativa é a de que o Copom, que se reúne a cada 45 dias, continuará a reduzir a Selic até setembro de 2017, quando a taxa deverá estar, pelas previsões, em 11% ao ano, ainda assim mantendo o Brasil na triste liderança ora ostentada. Segundo os tecnocratas do BC – atendendo, obviamente, aos interesses dos banqueiros por eles representados – o aumento dos juros, ou sua manutenção em um patamar elevado, é o principal mecanismo utilizado pelo governo para frear a inflação; com isto, entretanto, encarece-se crédito, freia-se o consumo e, em consequência, inibe-se a geração de empregos. Um quadro, sem qualquer dúvida, perverso onde quem trabalha ou produz fica sem condições de trabalhar e produzir enquanto os banqueiros deitam e rolam com a estonteante lucratividade gerada pelo próprio empobrecimento da Nação…


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Welson Gasparini

Welson Gasparini, deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto

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