Quando a munição é pouca se faz necessário calibrar bem a pontaria

Opinião
Guaíra, 12 de janeiro de 2018 - 09h46

Por Flávio Tavares

A estrada que leva ao Bairro São José do Albertópolis vem sendo castigada pela chuva, problema este que se arrasta há vários anos por motivos naturais. Vi que recentemente o Secretário de agricultura do estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, direcionou recurso de R$800.000,00 para recuperação da Estrada da Mata, pelo programa do governo estadual “Melhor Caminho”. Dinheiro bem-vindo, porém mal gasto! Pois o Programa Melhor Caminho, através da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP) também disponibiliza britadores de entulho que possibilitariam manutenção permanente destas estradas do município.

Creio que ações embasadas somente em teorias sem um estudo prévio levando em consideração a opinião daquela população que receberá o benefício em questão é, no mínimo, desordenada e infantil. Não se pode gastar um “Chumbo Grosso” somente pra escutar o estralo!

Tenho certeza de que a estrada da mata ficou boa, o ponto que rezo é até quando? Pois sabendo que verbas do governo são raras, deveríamos ter pensado na sustentabilidade de Guaíra, uma maneira de se tornar menos dependente do estado, para ser dono de suas próprias soluções levando em consideração as causas naturais que deterioram as estradas rurais.

Dor de barriga não dá uma só vez! Faltaram prudência e perspectiva de futuro para canalizar e direcionar a verba. Lamentável descuido. Um triturador de entulho de construção, ou moedor de entulho, é uma solução sustentável, pois proporciona a eliminação de resíduos combinada ao reaproveitamento de materiais.

Resistente e com alto poder de processamento, estes equipamentos permitem a trituração de grandes quantidades de resíduos, provenientes de construções e demolições, como tijolos, telhas, pisos, azulejos, argamassa, concreto, tubos, blocos, meio-fio e corpo de prova. O material fino resultante do processamento pode ser utilizado na fabricação de contra piso, nivelamento de laje, argamassa de assentamento de alvenaria, solo-cimento e chapisco. Já o material grosso pode servir como base para piso, calçada, contra piso, revestimento de estradas e como aglomerante na fabricação de blocos, tijolos e concreto magro.

Uma saída seria ampliar a atuação da Cooperativa de Materiais Recicláveis de Guaíra, atualmente responsável apenas pela separação do lixo de coleta seletiva recolhido pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Mesmo que seja empregado somente em estradas rurais, haverá necessidade de estabelecer parceria com a prefeitura, que é legalmente responsável pela manutenção dessas vias.

Como o britador é móvel, a prefeitura de Guaíra poderia levá-lo onde houvesse suficiência de material (entulho) para ser processado. A reciclagem é mais vantajosa também em termos financeiros em relação à compra de brita. A Construção Civil é reconhecida como uma das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social. Por outro lado, geradora de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos (entulho). Entulho esse que depois de usinado deveria ser usado em sub-base em estradas de chão batido para melhorar a qualidade nas áreas de fazendas e sítios.

A Resolução CONAMA n° 307, de 5 de julho de 2002, estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de resíduos da construção civil. Os geradores de resíduos de construção e demolição devem ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização e a reciclagem. Está disponível no site do ministério do meio ambiente (MMA) um manual com recomendações de licenciamento para áreas de manejo de resíduos da construção civil e volumosos.  O manual está baseado na resolução 307/2002 do CONAMA que trata a destinação destes materiais.

Ele foi estruturado pela secretaria de qualidade ambiental nos assentamentos humanos, do MMA, em parceria com o ministério das cidades. Um projeto em longo prazo que garante uma Cidade mais alto suficiente e sustentável, gerando empregos e o incentivo ao cooperativismo entre trabalhadores que fazem coletas alternativas com carrinhos de cavalos que possivelmente perderiam espaço etc…

Solução tem, mas não se pode chora pelo leite derramado e agora é esperar outra oportunidade e aprender com os erros.


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Flávio Tavares

Flávio Tavares, Porteiro da Tomilho – Guaíra.

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