Sobre filhos, relacionamentos e carnaval

Opinião
Guaíra, 19 de janeiro de 2018 - 10h02

“Pobre daqueles que arriscam a ter opinião nesse mundo cão, não quero aqui levantar uma bandeira ou induzir a pensarem como eu penso, mas se ao ler, se você pelo menos pensar a respeito, então, certamente terei atingido meu objetivo.”

Queria dizer que me importo, antes que teçam comentários irônicos e destorcidos, ou que emudeçam algumas bocas sórdidas e desprovidas de certeza, ou que comentem suas próprias verdades sem ao menos ter convivido pelo menos um pouco comigo, ou quando for eminente meu passamento… Queria dizer que “me importo”.

Me importo sim e me importei desde o começo, que nunca fui cúmplice da loucura dos que me procuraram pensando na permuta irresponsável que fiz de momento, mas que pra mim foi pensado. Nunca fui alienado ou induzido a fazer o que não quis, e se acha que fiz (e fiz) te enganei na parte que se diz ingenuidade a meu respeito, bom ombro, bom amigo, bom papo (quando eu quis) e fui convencendo, mas longe de ser um santo, longe de me deixar usar, eu fiz, mas fiz porque quis fazer, mas sempre me importei (e me importo) e por me importar tanto, disse até que não importava pra me ver livre de algumas pessoas por saber ou quase ter certeza de que a pessoa não se importava comigo ou com mais alguém.

Às vezes pessoas de bem, movidas por um sentimento de vingança ou culpando o outro pela obrigação de fazê-los felizes, dizem que não se importam com o que vão pensar, acovardando por trás de uma máscara de vítima, também dizem não se importarem por se atirar a uma aventura qualquer, e talvez não se importem mesmo, daí que acho errado, mas teriam essas pessoas, que se dizem não importarem, viver o que vivi de uns anos pra cá, amadurecer a duras penas e se tornar passageiro do que chamamos de vida e ser conduzido por caminhos sórdidos sem chance de opinar no itinerário, pra aprender a ter o mínimo de bom senso que não tive um tempo mas que agora tenho…

Sempre me importei e sempre vou me importar. Pessoas sofrem em silêncio e pagam o preço desse não se importar, principalmente pessoas que vão até os limites (às vezes físicos, às vezes financeiros e às vezes até psicológicos) pra fazer o bem pra pessoas que não se importam, que quase nunca agradecem ou reconhecem o seu sacrifício.

Vejo (e acho triste) pessoas dizendo, agindo e até se expondo em redes sociais como se não houvesse amanhã, a todo momento dizendo que não se importam com a opinião dos outros, particularmente acho que deveriam se importar (mas vamos lá), a pessoa vive uma vida paralela que segue de contramão a tudo que nossos pais nos ensinaram e que deveríamos ter ensinado para nossas proles sobre bons costumes, mas no mundo globalizado, nossa geração resolveu não se importar e ser moderna, passando para o Estado o dever de educar nossos filhos pra vivermos nossas vidas sem nos importarmos com o que as pessoas dizem…

Quero repetir que me importo. E vou me importar sempre, mas fui sendo excluído aos poucos do mundo das pessoas normais (obaaa) por pensar diferente, mas com isso não me importo…

Se pudesse dar um conselho, e esse seria de graça, diria para se importarem, se importarem mesmo, enquanto é tempo, se importarem com sua família, se importarem com a opinião de outras pessoas e filtrar por quais opiniões se importar; serem sensatos e valorizarem as pessoas, talvez a pessoa que diz não se importar se importe sim mas está esperando um UP seu pra se manifestar positivamente. Às vezes a pessoa precisa sentir que alguém se importa com ela…

Acompanhe seus filhos como pais e mães e não apenas como amigos (é muito importante ser ambas as coisas), como pessoas que têm a obrigação e o privilégio de poder educar e direcionar o que é certo ou errado, pois se não estivermos presentes nesses momentos, eles vão fazer o que acharem melhor e nem sempre o melhor é o certo e isso é triste; e parte disso sei como é. Às vezes, por consequência de nossas irresponsabilidades, sobre filhos e nossa falta de preocupação, pagamos pelo não se importar, tendo que visitar um em um presídio, buscar uma espancada em um pronto socorro por ter se envolvido com alguém que você deveria ter avisado que não seria bom pra ela, ir no plantão policial retirar seu filho  menor que deveria estar na escola mas estava traficando… Mas por você estar preocupado demais com você mesmo, acabou não se preocupando com ele,  ou até mesmo ir no velório daquele um que você deveria ter se importado quando falou que estava precisando de ajuda e que você não se importou, mas que acabou cometendo suicídio enquanto você mandava “nudes” pra alguém que você nem conhecia mas que era mais importante que os gritos silenciosos que alguém ao seu lado dava enquanto você insistia em não ouvir, mas que deveria… Triste mundo esse cheio de pessoas que não se importam.

Longe de julgar alguém, mas que façamos um autojulgamento sobre nossas verdades, sobre nossos ‘não se importar’ e que tenhamos a consciência limpa por contribuir por um mundo melhor.

Tire um tempo pra você, mas nunca fuja da obrigação e do privilégio de fazer algo por alguém. Quantos privilégios nossa geração teve, a revolução feminina, a implantação de conselhos tutelares, de cultura, de cidadania de gêneros, de direitos humanos, de segurança (…), a globalização nos aproximando das pessoas do mundo todo através da fácil acessibilidade das redes sociais, entre tantos outros benefícios, e o que fizemos? Acho que não estávamos preparados para essa mudança, tivemos a chance de mudar o mundo, e ainda temos, mas estaremos ocupados demais não se importando.

E sobre o carnaval? Boa festa…

Abraços.


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Roberto Barbos Silva de Oliveira

Construtor/técnico em desenho de construção civil; roberto.febasi@gmail.com

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