Uma mulher que descobriu seu valor, a que se pode compará-la?

Opinião
Guaíra, 16 de março de 2017 - 08h11

A mulher que descobriu seu valor demonstra sempre grande atenção em suas relações, porque sabe reconhecer nas pessoas o bem que cada um carrega na alma, embora muitas vezes esteja coberta pelos escombros da perda e dor. Ela sabe quem é, de onde veio, e para onde vai, por isso, não para no que é vazio, transitório e mesquinho. Comunica-se sempre com respeito porque sabe que é dele que depende o sucesso de toda e qualquer relação neste mundo.

Para com todos, usa de delicadeza e maturidade, procurando compreender e praticar o que a caridade exige a cada momento, sem deter-se no julgamento. Nunca perde de vista a dignidade, nobreza e as inspirações mais íntimas de sua alma porque sabe que é aí onde Deus mora.

É uma pessoa de paz porque não é apegada às próprias ideias, sabe falar, mas também sabe ouvir sem se chocar com os outros. Preocupa-se, geralmente, em fazer tudo com amor, bem feito, por isso é segura em seu agir.

Por outro lado, a mulher que ainda não descobriu seu real valor, pode até estar convencida de sua popularidade, mas na prática, muitas vezes se comporta como um elefante em uma loja de porcelana.

A delicadeza, expressão nata da alma feminina não se compra em lojas, nem se produz com filtros ou efeitos especiais, é um dom dado de graça pelo Criador, que aliás teve também a ideia de fazer o coração da mulher bem parecido com o d’Ele: disposto a amar até às últimas consequências.

A Sagrada Escritura não relata muitas coisas a respeito da feminilidade de Maria, a Mãe de Jesus, mas chama-me a atenção a maneira como descreve tão detalhadamente a passagem das “Bodas de Caná” (Jo19, 25-27), permitindo que imaginemos o agir daquela que é “bendita entre as mulheres.”

A mulher que a exemplo de Maria já descobriu seu valor, tem posse de um comportamento delicado, mas também a coragem de agir quando é preciso. Maria não apenas percebeu que faltava o vinho e assimilou o embaraço dos noivos, como também foi procurar a solução para o problema e a encontrou em Jesus. Ela mais do que ninguém, já sabia que está Nele a capacidade de fazer a transformação que a humanidade precisa e continua a nos ensinar o mesmo caminho apresentado em Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Por isso, quando pensamos em uma mulher que descobriu sua dignidade e valor, podemos certamente compará-la a um raio de sol que desponta anunciando um novo amanhecer. Ilumina tudo com seus variados tons e aquece o universo com o calor do seu fecundo amor. Diz, muitas vezes, mesmo sem palavras, que a vida não acaba no entardecer de uma perda; existe uma nova chance em cada amanhecer. Portanto, a exemplo de Maria, podemos ir hoje até Jesus, com a água que temos, para que Ele a transforme em “vinho novo”, capaz de saciar o mundo que tem tanta sede de amor.

 


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Djanira Silva

Dijanira Silva é missionária, autora do livro “Por onde andam seus sonhos”, da Editora Canção Nova e apresentadora da Rádio América em São Paulo e do programa “De mãos unidas” da TV Canção Nova.

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