Pobrinho, mas agradou

Editorial
Guaíra, 23 de agosto de 2016 - 15h41

O mundo se surpreendeu e o Brasil respirou aliviado com a cerimônia de abertura da Rio 2016. O desastre anunciado não se materializou, pelo contrário, o espetáculo organizado por Fernando Meirelles, Daniela Thomas, Andrucha Waddington e Deborah Colker foi extasiante, e custou bem menos que o da Londres 2012.

Ainda bem que as expectativas não eram altas para a festa de encerramento da nossa Olimpíada. Porque o show exibido neste domingo (21), se não chegou a decepcionar, também não foi de entrar para a história.

A carnavalesca Rosa Magalhães gastou cerca de R$ 4 milhões, o mesmo que custa o desfile de uma escola de samba do Grupo Especial. Mas o que se viu no Maracanã ficou aquém do que costuma nos deslumbrar na Marquês de Sapucaí.

Talvez por desacostumada a usar um espaço tão amplo, Rosa deixou vazios incômodos no gramado do estádio. Também não resistiu aos clichês, tão galhardamente evitados na abertura: lá pelas tantas, por exemplo, surgiu Carmen Miranda, a caricatura-símbolo da brasilidade para turistas.

O roteiro também pareceu mal-ajambrado. Os números foram intercalados por desfile das delegações, discursos de dirigentes, burocracias diversas. O ritmo nunca pegou o pique que a abertura conseguiu.

Parece que as duas equipes criativas jamais se falaram. E as fantasias de hortaliças, tão convencionais em sua suposta louquice?

No meio de tantos lugares comuns, a intervenção japonesa ficou ainda mais ousada. O primeiro-ministro Shinzo Abe teve o atrevimento de emergir no palco caracterizado como o Super Mario dos videogames, uma brincadeira impensável para os nossos acovardados mandatários. E o que eram aquelas projeções, que pareciam ser em 7D?

Se nos faltou a tecnologia que certamente irá dominar a Tóquio-2020, nos sobrou emoção. O apagamento da pira olímpica por uma chuva artificial – justo num dia em que choveu para valer – foi até singelo, mas no ponto.

E o final da festa foi mesmo apoteótico. Carros alegóricos, porta-bandeiras, passistas, toda a fuzarca do carnaval tomou conta do estádio, contagiando atletas, voluntários e público.

Bem ao estilo brasileiro!

 

 


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