Primeira fábrica de papel de palha de cana começa a funcionar no Estado

Agro
Guaíra, 17 de setembro de 2017 - 10h51

Empresa buscou apoio financeiro na Agência de Desenvolvimento Paulista para tirar do papel o projeto pioneiro que está revolucionando a produção de celulose

A Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista concluiu os desembolsos em financiamentos para a construção da FibraResist, a primeira fábrica no mundo a produzir matéria-prima para papel a partir da palha da cana-de-açúcar. Sediada em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, a empresa conta com uma área total de 60 mil m² e capacidade de produção de até 72 mil toneladas/ano de uma pasta celulósica 100% sustentável que deve revolucionar o mercado mundial de produção de papéis e embalagens. Ao todo, a empresa investiu R$ 25 milhões para tirar o projeto inovador do papel, sendo grande parte do valor financiada pela instituição financeira do governo estadual.

A inovação desenvolvida pela FibraResist teve início há pouco mais de seis anos, quando o empresário, pesquisador e químico industrial José Sivaldo de Souza buscava novas fibras para a produção de papel. Dessa pesquisa surgiu o biodispersante, um produto de tecnologia exclusiva da empresa capaz de separar da palha da cana-de-açúcar a lignina, espécie de cola natural, mantendo apenas as fibras da palha, dando origem à chamada pasta celulósica.

Com a descoberta realizada pela FibraResist, Souza garante ter tornado a matéria-prima para a produção de papel em um produto 100% sustentável. “Por ser uma fibra virgem, a pasta celulósica derivada da palha da cana não sofre perda com impurezas e, por isso, consegue produzir mais com menos insumo”, diz. Além disso, comenta o empresário, os fabricantes de papel passam a ter uma significativa redução de gastos, pois o custo da reciclagem do insumo e, consequentemente, com despesas provenientes do descarte, deixam de existir.

E não é só comercialmente que a inovação da empresa apresenta transformações positivas. “Ao retirar a palha da cana do solo diminui-se consideravelmente o risco de queimadas e proliferação de pragas, dois dos problemas mais comuns em lavouras”, diz Souza. Com a proibição da queima de palha da cana, prevista para entrar em vigor em todo Estado de São Paulo a partir de 2018, o manuseio e tratamento adequado desse material é mais um benefício em que empresa aposta para atrair novos clientes.


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