Parceria IORM e Unicamp promove Encontros de Formação de educadores da Usina da Dança

Cidade
Guaíra, 19 de julho de 2024 - 17h57

A aprendizagem e desenvolvimento são processos contínuos na vida profissional e pessoal. Para que os educadores da Usina da Dança possam avançar na sua formação, o Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM firmou por meio de parceria com a Unicamp, realizou nos meses de maio e junho três Encontros de Formação Continuada.

Os encontros reuniram equipe artística e diferentes professores dos Departamentos de Arte e Música da Unicamp. O primeiro Encontro foi realizado no dia 9 de maio, no núcleo do IORM em Orlândia, e contou com oficinas práticas de Dança Contemporânea, ministrada pela professora Daniela Gatti, e Música, oferecida pelo professor Divanir Gattamorta, profissionais reconhecidos internacionalmente.

Coordenação, assessoria artística e coordenação pedagógica do IORM dialogaram sobre a proposta de trabalho do Programa Usina da Dança, que busca valorizar e dedicar-se à dança enquanto área de conhecimento, processo reflexivo e fator de mudança de realidades. O Encontro enfatizou a arte bilíngue, que une as linguagens da dança e da música.

Duas oficinas foram realizadas durante o encontro. Na primeira delas, sobre a prática em Dança Contemporânea, os professores foram convidados a espreguiçar e despertar seus corpos para o movimento. Caminhar, deitar, levantar, flexionar, estender, torcer… Ações cotidianas que, bem exploradas, colocaram-se como um convite à dança, praticando encaixes das articulações, no ganho de espaço entre elas, na realização dos movimentos em sequência ritmada, de maneira consciente e com qualidade. Puderam pensar o início, o caminho e a finalização de cada movimento, de maneira natural e não forçada, respeitando os limites do corpo e agindo dentro das possibilidades de cada profissional.

Também na segunda oficina de Musicalização, o corpo foi abordado como meio e fim da aprendizagem. Os educadores sentiram o pulso dos diferentes gêneros musicais e estiveram corporalmente presentes, entendendo que anterior ao entendimento racional do ritmo e da música – tradicionalmente ensinados – existe uma aprendizagem sensorial e experiencial. Através de jogos corporais, participaram de uma dinâmica de aprendizado de conceitos musicais através do corpo e diversos desafios de coordenação seguindo estruturas musicais. Foram estimulados a integrar em suas aulas métricas que não são usualmente utilizadas, admitindo a diferença de tempos de aprendizagem pelos alunos.

“Parte fundamental do cronograma anual do Programa Usina da Dança são os períodos reservados à formação continuada dos profissionais que atuam diretamente com nossos alunos. Acreditamos que a formação continuada contribui para o desenvolvimento da prática profissional e é instrumento para atualização, aperfeiçoamento e aquisição de novos conhecimentos. É um processo que promove reflexões sobre a própria atuação docente, elevando essa atuação a uma consciência coletiva. A partir dessa perspectiva, a formação continuada conquista espaço privilegiado dentro do Programa Usina da Dança, por permitir a aproximação entre os processos de mudança que desejamos fomentar e a reflexão intencional sobre essas mudanças.”, afirma a coordenadora artística do IORM, Valeria Pasetto.

Ballet Clássico

No dia 24 de maio, o segundo Encontro da Parceria contou com a participação da professora da Unicamp e bailarina Ângela Nolf, que promoveu a reflexão sobre a técnica do Ballet Clássico. A professora universitária e bailarina Ângela Nolf levou a equipe artística da Usina da Dança à reflexão que levou ao aprofundamento dos movimentos rotineiros da técnica clássica com consciência corporal profunda e como cada corpo deve respeitar seus limites de maneira que dançar seja saudável para a vida. O Encontro foi enriquecido por relatos pessoais sobre cobranças excessivas e a sobrecarga do trabalho que geram lesões físicas e emocionais irreversíveis.

“A preocupação primordial não está no conteúdo técnico em si, mas em como o entendimento, a aprendizagem e a incorporação de determinados conceitos e práticas, podem levar o corpo a dançar. Nesse sentido, não é o Ballet Clássico a única maneira para isso, tampouco a base para as demais linguagens de dança. É apenas mais uma maneira de educar o corpo para a dança.”, afirma a coordenadora artística da Usina da Dança, Valeria Pasetto.

O digital na vida e na dança

O terceiro e último Encontro de Formação, realizado no dia 27 de junho, teve como tema Dança e Tecnologia. Repudiar as ferramentas tecnológicas e tratá-las como vilãs é menosprezar um potente instrumento de inovação que está ao alcance da maioria das pessoas. O uso consciente e o estudo aprofundado dessas ferramentas revela recursos valiosos que podem expandir a potência criativa de cada pessoa. Sem se deixar escravizar pela tecnologia, mas dominando-a, os celulares, computadores, softwares e diversos outros equipamentos abrem novas e infinitas possibilidades de criação artística.

O encontro formativo foi conduzido pelos pesquisadores da Unicamp, Dani Gatti, Diogo Angeli, Guilherme Zanchetta e pela mestranda Isadora Alonso, que apresentaram à equipe artística da Usina da Dança recursos tecnológicos para criações em dança, como um valioso momento de pesquisa sobre a interação entre movimento, som e tecnologia Dani Gatti conduziu experimentações práticas com aplicativos que, com apps que exploram a reverberação do som e criam sonoridades que interligam corpo e música para a obra de dança.

Em seguida, o grupo se voltou para o universo do vídeo dança. Nesse campo, cinema e dança se encontram e conceitos de ambas as áreas são importantes para a criação. Cameraman e bailarinos decidem o que o público deve ou não ver, estabelecem os focos e podem misturar o que é realidade e o que está apenas na virtualidade. A câmera se torna parte indissociável da obra.

Vários aplicativos foram apresentados e debatidos pelos professores da Usina da Dança como ferramentas do fazer artístico. Os grupos tiveram autonomia em escolher como cada dispositivo se integraria a uma maneira possível de se criar dança, com as construções de repertório de movimentos, a organização deles em um roteiro determinado e ainda pensar a dramaturgia de toda a criação, que seria o sentido, significados e sentimentos integrados aquela obra dançada. Os grupos compartilharam os trabalhos e participaram de roda de conversa expondo as descobertas, desafios e impressões sobre as vivências daquele dia, entendendo que a experiência foi um grande meio de inspiração para novos desdobramentos das práticas artísticas que são realizadas no IORM.

A ação integra o Plano Anual Agenda Cultural 2024 – PRONAC 235686, realizado pelo Ministério da Cultura e Instituto IORM.

 


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