A presidente do Legislativo não concordou com a renovação contratual da prefeitura com a empresa responsável pela limpeza pública de Guaíra. Vereador da oposição acusou prefeito de ter colocado aliados para trabalhar na varrição
O aditamento do contrato, por mais um ano, com a Seleta Ambiental, responsável pela limpeza pública de Guaíra foi tema de discussão na Câmara Municipal durante última sessão ordinária, realizada em 18 de abril.
O parlamentar da bancada de oposição Moacir João Gregório, criticou que a atual gestão renovou a contratação de uma firma, alvo de grandes reclamações dos munícipes, por mais 12 meses e que agora sabe qual o motivo. O edil denunciou que o aumento de efetivo na varrição – mais 10 varredores entraram neste contrato – foi feito com pessoas que trabalharam na campanha do prefeito José Eduardo Coscrato Lelis.
“Que agora a gente vai caminhando pela cidade e a cada dia que passa vamos prestando atenção por qual motivo o nosso prefeito não cancelou o contrato com a Seleta. A gente percebe que está se empregando as pessoas que trabalharam na campanha dele. Agora dá pra entender porque ele não cancelou. É pra agregar os cargos que ele prometeu e não está tendo jeito de colocar”, declarou.
“Um prefeito que disse em seus discursos no palanque que ia cancelar o contrato de uma empresa que está prestando maus serviços, não pelos funcionários, pois eles estão sendo sacrificados”, completou.
A atual gestão não concordou com as declarações de Moacir e afirmou que não possui qualquer influência sobre o quadro de funcionários da firma. “A Prefeitura não tem qualquer ingerência sobre a Seleta Meio Ambiente Ltda. Todas as pessoas que trabalhavam antes da atual administração continuam empregadas. De acordo com a empresa, os funcionários são contratados por uma série de procedimentos, através de uma seleção de currículos, entrevista com o psicólogo de Recursos Humanos da Empresa, entrevista técnica e aptidão”, destacou o Executivo em nota.
A presidente da Câmara, a vereadora Ana Beatriz Coscrato Junqueira, da base aliada do governo, também mostrou-se insatisfeita com o aditamento com a Seleta. “Eu também não estou satisfeita com a limpeza pública. Reconheço os esforços dos funcionários, reconheço alguns pontos positivos desde o início desse governo, tanto que se sabe que alguns locais estão mais limpos, mas não sou a favor de ter renovado esse contrato”, disse a Dra. Bia, que irá pedir mais informações. “Solicitei o aditivo contratual da empresa porque quero ver detalhadamente o plano de varrição, os bairros que estão varrendo, que dia da semana, os funcionários, o horário que eles varrem, para resolvermos essa questão, porque acho que não ficou resolvido. Não era a favor de renovar esse contrato porque tive quatro anos de briga com essa mesma empresa e acho que quando não dá certo não tem que continuar. Agora, como foi renovado por mais um ano, vou fiscalizar”, encerrou.
POSICIONAMENTO DO EXECUTIVO
De acordo com a prefeitura, para que houvesse o cancelamento do contrato com a Seleta Meio Ambiente Ltda (a administração passada realizou a licitação por 60 meses com a empresa com término em março de 2019) seria necessário que houvesse vantagens econômicas. “Não se reincidi contrato por rescindir, pois poderia causar um imbróglio jurídico. Uma pesquisa feita pela administração apontou que a continuidade da empresa oferecia economia financeira. E gestão e planejamento se fazem por meio de uma visão empresarial de custo/benefício”, ressaltou a atual gestão.
Hoje em Guaíra são recolhidas 900 toneladas de lixo por mês e o valor cobrado é de R$ 112,00 a tonelada. “Na negociação, aumentou-se o número de caminhões da coleta de lixo doméstico, passando de dois para três caminhões. Pagava-se R$ 67por tonelada de lixo organizado no aterro sanitário, hoje, a prefeitura assumiu esse trabalho no aterro. A varrição custava R$ 59 o quilômetro varrido, abaixou para R$52 e a prefeitura ficou responsável pela logística dos 19 pontos de varrição da cidade, com 41 varredorese contratou-se mais 10 funcionários que darão suporte na varrição. A economia será de R$ 450 mil por ano. A expectativa é que sejam gastos R$ 110 mil com a coleta do lixo doméstico mês e R$ 250 mil com a varrição chegando a R$ 360 mil por mês, num total de R$ 4.320 milhões por ano” analisou o Executivo, destacando que o valor pago em Guaíra pela coleta de lixo doméstico é um dos menores da região. “Vale lembrar que a população deve fiscalizar e colaborar com a limpeza pública do município”, concluiu.