início dos cultivos na temporada 2023/24 sul-americana, está trazendo desafios significativos, especialmente na Argentina, um dos principais produtores, que ora vive o drama da instabilidade climática, coincidindo com o plantio. A seca que atingiu aquele país durante a safra anterior, resultou em uma redução drástica na produção da oleaginosa. O efeito desse fenômeno climático teve implicações tanto para o mercado argentino quanto para o mercado global de grãos, incluindo o Brasil.
A diminuição das exportações de soja argentina, afetou o suprimento internacional, criando incertezas para países importadores. O Brasil, como um dos principais atores na produção da oleaginosa, desempenhou papel importante na estabilidade dos preços, atuando na complementariedade da oferta, particularmente no que se refere ao farelo de soja. Do lado da demanda, a produção de soja na Índia tem enfrentado desafios significativos, devido a intensidade e diversificação das chuvas.
Os agricultores plantaram suas lavouras de soja, concluindo todo o processo em julho. No entanto, agosto se revelou o mês mais seco em 48 anos, limitando as precipitações necessárias para a fase crucial de floração e desenvolvimento vegetativo. Na China, as consequências dos fenômenos climáticos continuam repercutindo. O país, conhecido como o celeiro do Oriente tem enfrentado desafios significativos face à intensidade dos tufões acompanhados de fortes chuvas consideradas as mais volumosas dos últimos 140 anos, em regiões vitais para a economia agrícola, particularmente às situadas no nordeste do país. As fortes chuvas ocorridas em maio deste ano, às vésperas da colheita do trigo de verão, afetaram seus quantitativos, além das ondas de calor, que provocaram desafios significativos nas produtividades das lavouras de milho e soja.
Diante desse quadro, a China tem intensificado seu foco na segurança alimentar, destacando a importância da agricultura como base da segurança nacional. As alterações recentes nas políticas comerciais como a retirada de tarifas antidumping sobre as importações, acordos para aquisição do milho brasileiro, entre outros, podem ser vistos como estratégias para mitigar os impactos dessas adversidades climáticas, na segurança alimentar daquele país.
Em set/23, pelos portos do Arco Norte foram expedidos para exportação 35,3% do total nacional contra 38% no acumulado do ano passado. Por Santos, foram escoados 32,5% das exportações brasileiras contra 34,7% do exercício anterior. As exportações de soja pelo porto de Paranaguá, totalizaram 13% do montante nacional, contra 12,5%, do mesmo período do ano anterior. A origem das cargas para exportação ocorreu, prioritariamente, dos estados do MT, GO, PR, e MS.
