Cemitério está perdendo espaço de passarelas e áreas verdes de forma irregular

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Guaíra, 22 de junho de 2016 - 08h00

Área de passagem de pedestres está sendo vendida para a construção de novos túmulos, assim como espaços que abrigavam árvores e jardins. Há comentários de que a prefeitura iria utilizar até mesmo o estacionamento do local

Na última semana, um munícipe expôs novamente, através das redes sociais, o polêmico assunto sobre a criação de túmulos em diversos locais irregulares do Cemitério Municipal.

Árvores foram retiradas e os jazigos estão sendo construídos em áreas verdes, ao lado dos muros onde há o escoamento de águas pluviais e até mesmo nas áreas de passagem de pedestres, próximo onde são rezadas missas aos falecidos. Há comentários de que a prefeitura estaria discutindo a hipótese de utilizar até mesmo o estacionamento.

Apesar da atual administração ter arrecadado mais de meio milhão de reais com taxas referentes ao cemitério, o valor não foi utilizado na ampliação do espaço.

O governo municipal já realizou, por meio de decreto, o pedido de desapropriação de uma área, tornando-a de utilidade pública. Em outubro do ano passado, a prefeitura declarou que o decreto ainda estava em vigência pelo fato de não haver mais espaço, “havendo a necessidade de ampliação de área para atendimento de futuras demandas para abrigo dos mortos”, mas que ocorreram alguns erros na publicação de tais documentos, o que seria necessário “consolidar outras etapas formais antes que a desapropriação ocorresse de fato”.

Porém, o decreto foi sustado pelo prefeito e o governo deu início à descaracterização do cemitério municipal, com a extração de árvores e a criação de túmulos em qualquer espaço vago e, ao ser questionado sobre esta questão, após denúncia publicada pelo vereador José Natal Pereira, nada foi respondido.

Natal protocolou denúncia no Ministério Público do Estado de São Paulo para que fossem apuradas as responsabilidades da extração irregular de árvores e a construção de túmulos em local inapropriado, entretanto, o promotor recomendou o arquivamento. O parlamentar resolveu recorrer junto ao Conselho Superior do MP e agora aguarda respostas.

“Como o espaço disponível acabou agora eles estão tentando diminuir as passagens de pedestres com a construção de túmulos. É inadmissível que isto aconteça uma vez que o local foi planejado e não podemos admitir que isto continue a ocorrer. Existe uma inversão de prioridades neste governo. Gastam R$ 70 mil com uma escultura e não desapropriam uma área para o cemitério”, destacou José Natal.

O Jornal O Guaíra procurou a prefeitura para mais esclarecimentos, mas até o fechamento desta edição a assessoria de comunicação do prefeito Sérgio de Mello não havia respondido.

Fotos: Jorge Cruz



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