Chefe de departamento confirma programa de castrações para final de maio

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Guaíra, 5 de fevereiro de 2017 - 07h35

Em entrevista, Lessiana Freitas também comentou sobre a possível criação de um canil, o processo de recolhimento de animais de rua, as campanhas de conscientização e o período de vacinação contra raiva 

Na foto, Lessiana exibe cães recolhidos e castrados que, no momento, estão para adoção

Na foto, Lessiana exibe cães recolhidos e castrados que, no momento, estão para adoção

O Jornal O Guaíra entrevistou a chefe do Departamento de Meio Ambiente e Bem Estar Animal/Controle de Zoonoses, Lessiana Freitas, para abordar alguns questionamentos de interesse da população.

Entre os principais assuntos, o mais discutido foi o retorno do programa de castração do município. Lessiana pediu um prazo para os guairenses, assim como o governo municipal solicitou. Ela acredita que até o final de maio o processo de licitação já tenha sido concluído.

Outras questões também entraram na pauta, como: a possível criação de um canil, o processo de recolhimento de animais de rua, as campanhas de conscientização, o período de vacinação contra raiva, entre outros.

Confira entrevista exclusiva abaixo.

Como você encontrou o Departamento de Meio Ambiente e Bem Estar Animal neste início de mandato?

Já é um setor um pouco esquecido, não costuma ser prioridade, mas quando entramos vimos que realmente a pasta estava defasada e deficitária. Nem a caminhonete estava funcionando. Estamos sem veículo desde outubro. Como o Controle de Vetores trabalha até às 13h, solicitei a disponibilização do carro deles da 13h às 17h para fazermos o que é necessário neste primeiro momento.

Não há equipamentos e materiais no local. O que mais precisamos é de mão-de-obra para fazer um programa legal de campanha, ações e recolhimento. Há alguns dias encontrei uma cadela no cio, com sete cães atrás dela e não havia carro para recolhê-la, precisei colocá-la eu meu veículo particular e a levei até o antigo canil. Hoje ela está castrada e para adoção.

O canil da prefeitura está funcionando agora?

Então, não seria canil, mas sim o Departamento de Zoonoses. Este espaço sempre existiu, porém ele é muito arcaico, com quatro baias e uma de observação apenas. Para gato e animais maiores não há espaço adequado. Se for necessário recolher algum animal assim, teremos que destinar para alguém. Não tem como fazermos ações de legislação, como, por exemplo: se houver um equino no sol, amarrado e abandonado, não temos como acolhê-lo.

Como será este processo de recolhimento de animais de rua?

O intuito da Zoonoses hoje mudou muito o conceito do que e como acolher e o que fazer. Hoje, a lei diz o seguinte: atualmente, os bichos são acompanhados por protetores. Se eu tenho um animal assim, a lei preconiza que a prefeitura pegue, castre, fique o tempo que precisar e devolva-o ao território em que encontrou, porque ele vai cuidar daquela região para que outros cães não apareçam e se crie uma matilha ali.

Se precisar recolher um animal que está agressivo, causando transtorno no trânsito ou foi atropelado, é de responsabilidade de prefeitura, porque é um cão/gato que não tem tutor, assim também quando for através de pedido judicial. Antes não havia isso, mas isso é obrigação.

Como há pessoas que inventam o assunto, apenas para que o governo retire o bicho de sua responsabilidade, nós vamos até o local para confirmar a procedência. Temos que realmente saber o que está acontecendo, até porque a prefeitura não pode pegar qualquer animal que estiver abandonado, pois o departamento de Zoonoses não é “depósito”.

O recolhimento será em casos de extrema necessidade: um bicho agressivo, machucado, com suspeita de alguma zoonose (doenças como raiva, leptospirose) e que não tenha dono. Vão ocorrer casos em que a pessoa abandona, vai embora da cidade e ninguém mais vê. Com exceção deste, queremos controlar isso através da microchipagem, que ocorrerá durante as castrações, assim poderemos penaliza-la de alguma maneira.

Como e quando será aberto o Programa de Castração no município?

Quando iniciamos essa campanha de castração, fizemos mais de 1500 cirurgias em um ano (julho de 2013 a julho de 2014). Depois disso, não temos os números, mas sabemos que diminuiu-se bastante a contagem de castrados. Ocorreram alguns problemas e por isso estamos estudando o processo de licitação.

Entre as exigências, será necessária a técnica do gancho para o procedimento, pois são cães que voltam às ruas depois da cirurgia.

Já está sendo discutido este processo, porém nos deparamos com a prefeitura com o seu financeiro bem comprometido. No primeiro trimestre vamos fazer a reserva da dotação para começarmos a licitação em maio e no final deste mesmo mês iniciar as castrações, com a microchipagem.

Qualquer pessoa poderá cadastrar seu animal para a cirurgia, mas daremos prioridade, primeiramente, aos abandonados. Temos o intuito de recolher estes bichos errantes, fazer o procedimento e após alguns dias liberá-los novamente.

Como será a relação do departamento com as entidades de assistência a animais abandonados?

Um exemplo: A Associação Amigos dos Animais de Guaíra possui algumas campanhas que queremos contribuir e também inclui-la em alguns eventos para ajudar, de alguma maneira, financeiramente. A instituição poderá ter uma barraca no carnaval e estamos em conversa com a comissão organizadora da festa do peão deste ano para colocar a AAAG como entidade para arrecadar também com o evento.

De outra maneira, somente se a associação enviar algum projeto para um deputado, que consiga verba e repasse para a prefeitura. Seria legal um relacionamento entre a AAAG e os vereadores, para que eles estreitem esse laço com os parlamentares do estado e da federação.

Quais campanhas o departamento tem em sua agenda para implantar na cidade?

A prefeitura quer trabalhar junto às entidades para campanhas de conscientização. Temos também o intuito de fazer o “Meu Bom Lar”, que vamos tentar arrecadar casas recicláveis e colocar para estes animais que ficam nas ruas. Só não sabemos ainda como será feito para evitar que vândalos furtem esses objetos. E, além do programa de castração, também teremos a campanha de vacinação de raiva.

Como serão realizadas as vacinações?

A campanha de vacinação contra a raiva será realizada entre julho e agosto, nos mesmos moldes do ano passado, com concentrações nos principais pontos das regiões do município.

Para você, qual é o papel da população para evitar este crescimento de animais errantes?

A população precisa entender que a responsabilidade não é só da prefeitura. Os cidadãos têm direito, mas também tem deveres. Você quer ter 10 animais em casa, tudo bem, mas tem que saber se irá incomodar os vizinhos. Quer ter um cachorro, mas saiba que há custo, despesas. Não adianta haver campanhas de castração se não houver colaboração dos guairenses. São ações que devem ser trabalhadas em conjunto.

Este foi só o primeiro mês, vai ser um ano difícil de trabalhar, mas existem boas intenções. Há pessoas que querem realmente melhorar e fazer o bem.



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