Chiquinho Sousa pede solução ou suspensão da concessão da área da antiga Usina de Reciclagem à empresa Econew

A fala do vereador durante sessão causou certo impacto na empresa, que emitiu uma nota de resposta ao Jornal O Guaíra para mostrar a seriedade de seu trabalho no local, com investimentos realizados mesmo antes da entrega da área

Cidade
Guaíra, 3 de setembro de 2021 - 08h29

A sessão ordinária da última terça-feira, 31 de agosto, ficou marcada não só por votações polêmicas, mas também por depoimentos de alguns vereadores, que acabaram chamando a atenção de empresas que tentam investir no município.

O parlamentar Francisco Borges de Sousa Filho (Chiquinho) fez um pronunciamento cobrando uma posição do Poder Executivo em relação à concessão de um imóvel pertencente ao município realizada na gestão do ex-prefeito José Eduardo Coscrato Lelis para uma empresa privada do ramo de recicláveis, a Econew. O imóvel fica localizado na antiga Usina de Reciclagem e Compostagem de Lixo e tem 30 mil metros quadrados de área.

Durante seu pronunciamento, Chiquinho informou que esteve no terreno há algum tempo, em visita com Denir Ferreira, e percebeu o abandono e relatou ainda um encontro com o proprietário da empresa que recebeu a concessão do poder público e que o mesmo havia manifestado que estaria solicitando da administração municipal a doação definitiva da área para que pudesse realizar investimentos e assim gerar novos empregos.

O edil pediu uma solução para o impasse entre a prefeitura e a empresa  ou que ocorra a suspensão da concessão e dê uma nova destinação para o imóvel. “O que não podemos é deixar aquele espaço abandonado como está. É um imóvel de 30 mil metros quadrados e todos sabem que, sem o devido uso, existe a depredação, furtos e o patrimônio público está sendo prejudicado. O proprietário se comprometeu a estar vindo aqui na Câmara expor sua proposta e isto não ocorreu. Então, eu espero que o prefeito tome uma atitude, ou cancele esta concessão ou envie para esta Casa de Leis um projeto de doação para podermos discutirmos e analisarmos a sua viabilidade. Do jeito que está aquele imóvel não pode continuar. Espero uma posição em breve”, destacou 

 

EMPRESA SE POSICIONA

A fala de Chiquinho causou certo impacto na empresa, que emitiu uma nota de resposta ao Jornal O Guaíra para mostrar a seriedade de seu trabalho no local, com investimentos realizados mesmo antes da entrega do terreno. 

Segundo Demetrius Mota Inglez, diretor da Econew, ele entende que o projeto de doação da área ainda não está em tramitação na Câmara Municipal, mas, assim que estiver para apreciação dos vereadores, “a Econew está a disposição para ser convocada para apresentar os objetivos e benefícios que a indústria trará para o município e responder as dúvidas que possam existir, ou mesmo aguardando um convite formal antecipado  do legislativo para esclarecer sobre o futuro projeto”.

“Gostaria de ressaltar que mesmo estando apenas sob decreto, a empresa já está empregando alguns colaboradores, para a segurança da área e, agora, recentemente, para iniciar a reforma, estamos também tentando recuperar o poço artesiano e levar novamente energia elétrica para o local, os investimentos realizados chegam a ordem de quase R$ 100 mil reais”, expôs. 

O setor jurídico da Econew irá protocolar um pedido de resposta junto à Casa de Leis para que “sejam esclarecidos alguns equívocos que recentemente foram colocados nas sessões transmitidas pela internet. A burocracia que envolve abrir uma indústria são muitas e isto demanda tempo. Mesmo com tamanha insegurança jurídica, causada pelas circunstâncias que envolvem o município, estamos trabalhando”, concluiu o diretor.

Para o sócio-proprietário da Econew, Daniel Blumer, houve um interesse de Guaíra para a vinda da empresa. “A princípio, estávamos viabilizando a instalação da empresa em uma cidade vizinha, isso em meados de maio de de 2020, quando nos foi apresentado a antiga Usina de Reciclagem de Lixo de Guaíra, que se encontrava desativada. Após duas licitações desertas para interessados na área, procuramos o prefeito da época, José Eduardo, que devido à proximidade das eleições, resolveu por uma questão legal, por decreto, dar concessão daquele local a nossa indústria. E que se acaso ele fosse eleito entraria com um projeto na câmara para doação com ônus da área em questão. Devido às circunstâncias que ocorreram na cidade e a insegurança jurídica da situação, procuramos, logo no início de de 2021, o prefeito interino, Edvaldo Morais, o qual nos atendeu prontamente. Aliás, estamos sendo muito bem atendidos pelo secretário da agricultura Laercio e recebemos grande apoio do produtor Francisco Muraishi, da fazenda ao lado (com água).”

O empresário aponta que a Econew quer contribuir com a geração de emprego e renda na cidade. “Estamos aqui para somar, na geração de renda e empregos para o município e principalmente atender o meio ambiente, assim como fazemos com produtores rurais do estado de Goiás. Já investimos cerca de R$ 100 mil reais principalmente com segurança, e agora iniciamos uma reforma, e devemos aportar mais R$ 1.500 milhão de investimentos para adequar aquele local para melhor atender as metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos, e sem custo para prefeitura. Nos próximos 10 dias, o prefeito interino deve levar o projeto para aprovação na câmara e, através dos seus representantes, a cidade vai dizer se quer ou não nossa indústria aqui”, finalizou. 

A reportagem procurou a prefeitura sobre o assunto. De  acordo com a Secretária de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente houve uma mudança na Razão Social da empresa, por parte de um dos sócios, o que ocorreu a necessidade de uma revisão das documentações.  E assim, que o Projeto de Lei  for Finalizado será enviado a Câmara para analise dos vereadores.  Na ultima quarta feira (01) os proprietários  estiveram em reunião com o prefeito Edvaldo Morais.


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