Cidadão faz desabafo sobre lixo jogado no Parque Maracá

Para Carlos Eduardo Braghim, poucas cidades têm o privilégio de um parque ecológico como Guaíra, mas os cidadãos não valorizam e jogam lixo frequentemente em todo o seu espaço

Cidade
Guaíra, 14 de junho de 2020 - 12h17

Nessa semana, um texto do consultor técnico agronômico Carlos Eduardo Braghim chamou a atenção por sua demonstração de paixão pelo município, mas também pelo destaque à falta de respeito que muitas pessoas têm com o Parque Ecológico Maracá.

Segundo ele, Guaíra é privilegiada por ter uma área verde extensa como essa e que embeleza a cidade, chamando a atenção dos turistas que por aqui passam. Mas, o valor dado pelas pessoas de fora não é o mesmo por quem aqui reside.

De acordo com Braghim, a quantidade de lixo encontrada no espaço, frequentemente, é desrespeitosa e desanimadora. Confira o texto na íntegra.

 

“Parque Ecológico Maracá grita por socorro”

 

Já conheci cidades, muitas cidades. Conheci pessoas, muitas pessoas. Pessoas de caras diferentes, culturas diferentes e curiosas. Cidades estrangeiras conheci poucas, afinal até hoje só atravessei as fronteiras brasileiras para ir até a Argentina, Paraguai e Bolívia. Nunca para trazer “muamba”, isso eu garanto para vocês. Mas, vinho eu tomei bastante, principalmente em Buenos Aires, que cidade linda.

Em Buenos Aires o que mais me chamou a atenção, além do bom vinho e daquela carne maravilhosa proveniente de bovinos de raça europeia, foi o grande númerode praças públicas muito bem cuidadas, limpas e com grande diversidade vegetal. Eu disse “limpas”, não se esqueçam disso.

Mas, vamos voltar para o Brasil. Sou um cidadão brasileiro nascido em Leme, que cursou agronomia na Unesp de Jaboticabal, que iniciou a carreira profissional, por apenas 2 anos,  em Campinas e posteriormente me radiquei em Guaíra para trabalhar como engenheiro agrônomo na extinta CAROL (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia). E desde então aqui estou.

Me considero um guairense e aprendi  amar essa cidade que me acolheu fraternalmente. Costumo dizer para as pessoas aqui nascidas que sou mais guairense que elas. Afinal, sou guairense por opção enquanto elas são guairenses por acaso. Pura provocação.

Cheguei aGuaíra numa quarta-feira, acompanhado do meu ex-chefe da cooperativa. Entramos pelo trevo da Comove, hoje Coopercana, transitamos pela Avenida 5 até chegar na Rua 10. No deslocamento que fizemos pela Rua 10 fui observando as pessoas e as fachadas das lojas. Me surpreendi com o grande número de pessoas descendentes de japoneses e conclui que o centro de Guaíra não era nada moderno e muito menos bonito.

Ao chegarmos ao cruzamento da Rua 10 com a Avenida 23 foi quando avistei pela primeira vez o Parque Ecológico Maracá. Confesso a vocês que o meu queixo caiu. Que coisa linda, que lago maravilhoso! À medida em que íamos contornando o parque, minha empolgação por morar em Guaíra só aumentava. Além da admiração por sua beleza, me empolgava também por sua dimensão. Que privilégio para as pessoas dessa cidade.

Mas, vamos voltar para Buenos Aires. Eu disse que as praças de lá são bem cuidadas e limpas. E realmente são.  Já disse também que conheço muitas cidades, mas poucas têm o privilégio de ter um parque maravilhoso como o nosso. Pura verdade,pouquíssimas cidades do Brasil possuem um espaço como o Parque Ecológico Maracá, que nos proporciona momentos de lazer, atividades físicas, recreação e bem estar.

Portanto, torna-se obrigatório que os guairenses têm o dever de cuidar e preservar esse invejávelpatrimônio que é  motivo de orgulho para todos nós que residimos nessa cidade. Infelizmente, não é isso o que ocorre. Costumo caminhar pelo interior do parque e é impressionante o volume e a diversidade de lixo que é jogado desrespeitosamente nos gramados e em toda parte do parque.

Mais revoltante ainda é que o grande volume desse lixo é feito de material reciclável, o que poderia perfeitamente ser entregue para um humilde catador de lixo. Teríamosassim duas atitudes, uma ecológica e outra social.

Precisamos urgentemente valorizar e preservar, mas acima de tudo respeitar esse magnífico patrimônio que é privilégio de poucos brasileiros. Já disse e repito: “pouquíssimas cidades do Brasil possuem um parque maravilhoso como o nosso”.  Devemos também reconheceruma  eterna gratidão aos administradores e pessoas que idealizaram essa importante obra a qual nos proporciona um sentimento de infinito orgulho. Fica aqui a dica de um guairense por opção. 


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