Colunista

Jogos na educação corporativa

Como falávamos no artigo anterior, o Homem é sapiens, faber e ludens, ou seja, é sábio (será?), fazedor (mas tem os preguiçosos) e imaginativo, lúdico (fora aqueles que não saem do seu mundinho quadrado). Pode até não exercitar, mas, ao menos, o Homem tem essas capacidades.

O fato é: temos o potencial, mas ele pode ser usado ou não. A sapiência, a realização e a criação são processos que carecem de educação e de exercício para que possam atingir um determinado grau de usabilidade satisfatória.

Nesse ponto, o jogo entra como grande ferramenta de descoberta e desenvolvimento dessas habilidades. E a ludicidade é peça chave, já que as consequências da derrota são, geralmente, sem maiores consequências (fora do ambiente do jogo profissional). 

Por outro lado, enquanto estamos dentro do jogo, não deixamos nossa vida de lado. Estamos dentro dela, usando o tempo que temos. Portanto, podemos aprender com ele. Por meio de suas características, aprendemos a ganhar e a perder, a entender e respeitar regras, a dar espaço ao outro, a trabalhar em equipe (quando assim o jogo propiciar), a liderar e a ser liderado, a ouvir os mais experientes (técnicos, mentores etc.). 

Mais ainda: podemos aprender a trabalhar com a boa sorte (fazer o que tem que ser feito e tirar proveito das condições naturais – que é diferente do acaso), a pensar mais à frente (se tomar tal atitude, como meu oponente jogará? Como estão as condições daqui a x rodadas, a determinado tempo?), definir e escolher estratégias (qual a melhor atitude a se tomar agora, quais impactos terão?), tomar decisão (mais que pensar, é preciso agir; para agir, é preciso ter coragem; coragem não é ausência de medo, mas atuar, apesar dele), gerir riscos (envolve todas as anteriores) aprender a aprender (saber mais sobre o jogo, ganhar experiências, abrir novas perspectivas).

Há um conceito atribuído a Einstein que diz que os problemas não são resolvidos no mesmo âmbito em que são criados. Paul O’Neill, ao assumir a direção da Alcoa, provou isso. Quintuplicou os lucros da empresa com a estratégia de excelência na segurança do trabalho. 

O jogo pode fazer isso, também. No ambiente das empresas, ao gerar uma outra dimensão (ligada à ludicidade, o ludens), além de treinar todas as habilidades já descritas aqui, pode fazer com que as soluções para os problemas existentes, apareçam, aflorem. Ao mudarmos o âmbito para um mais prazeroso, nosso cérebro trabalha sem necessariamente se desligar do outro. Assim, um fato novo dentro de um ambiente lúdico pode abrir perspectivas de solução para os problemas reais.

Pense nisso, se quiser, é claro!

 

Prof. Ms. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior 


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