O contexto muda a história
Bem na passagem de 2019 para 2020 tivemos uma contaminação em massa na família: uma forte infecção de garganta.
Naquela ocasião, depois de 5 dias de antibiótico, eu ainda não havia melhorado. Estava em Jaboticabal/SP e neste dia fomos para São Paulo. Chegando lá, fui direto a um hospital especializado. O médico não aumentou a dose, nem alterou o medicamento, apenas estendeu o prazo em mais 3 dias (o que não traria nenhum efeito prático naquele momento), e me prescreveu mais 4 medicamentos para cuidar de outras questões, com o intuito de minimizar (e ou anular) o efeito de irritação na faringe, fato que, segundo ele, impedia a ação mais efetiva da medicação que eu estava tomando até então (e era isso… deu certo!).
O que mudou o resultado? Uma ação direta no contexto, no ambiente.
Zeca Baleiro, na canção Telegrama, diz que estava triste, tristinho, até. Mais solitário que um paulistano, que um canastrão na hora que cai o pano. Mas, de repente, ele recebe um telegrama que diz que alguém o ama. E isso muda todo o seu comportamento, de modo, inclusive, a querer mandar flores ao delegado, de desejar bom dia ao vizinho e de beijar o Português da padaria. A mudança de contexto muda a atitude.
O fato é que isso vale, também, para uma comunicação de sucesso. A publicidade necessita do contexto. Como dito na primeira coluna deste tema (a regra dos eleitos), o boca a boca será mais eficaz em função da situação em que ele acontece. E isso ocorre, também, com outras formas, nas mais diversas mídias.
Não é de hoje que percebo que os apresentadores de TV e de rádio (também já o fiz), reforçam a ideia do “reclame” comercial, com falas do tipo “dá tempo de você tomar uma aguinha” etc., ou, ainda, o “não saia daí”, que é válido, mas dito num contexto em que passa a impressão que o programa é só o que importa (aguente o intervalo comercial para esperar que a gente já volta). E não é. Sem os anunciantes, a atração vira, como diria Pe. Quevedo, um “ectoplasma, não ecxiste”.
De uns tempos para cá, para minimizar esse efeito, eu tenho dito no meu programa, antes do intervalo, que iremos para um momento de oportunidades de negócios, ofertas e descontos. Portanto, os comerciais não são bons só para o programa, porque trazem recursos financeiros, nem só para os anunciantes, por exporem suas marcas, mas é, também, para o telespectador, que pode, em estando atento, reconhecer e aproveitar as oportunidades que aquelas peças publicitárias oferecem.
Por tudo isso, para que tenhamos uma comunicação de sucesso, que possa viralizar, é preciso pensar, e aproveitar, o poder do contexto. Se ele muda atitudes, muda a história.
Pense nisso, se quiser, é claro!
Prof. Ms. Coltri Junior é estrategista organizacional e de carreira, palestrante, adm. de empresas, especialista em gestão de pessoas e EaD, mestre em educação, professor, escritor e CEO da Nova Hévila Treinamentos. www.coltri.com.br; Insta: @coltrijunior