Desde o último domingo, dia 1º de março, o chamado Plantão Policial da Delegacia de Polícia de Guaíra foi extinto por determinação da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado de São Paulo. A partir de agora, as ocorrências de maior gravidade ou de flagrante delito deverão ser apresentadas, com as partes envolvidas, no plantão da Delegacia Seccional de Barretos. O município guairense foi o último da região a ter o plantão noturno da polícia civil fechado para atendimento à população.
Preocupado com a situação, na última sexta-feira, 28, o prefeito José Eduardo Coscrato Lelis, acompanhado do diretor de Transparência, Justiça e Segurança, Dr. Eder Batista Conti, e do Comandante da Guarda Civil Municipal, Esmeraldo Palhares, reuniu-se com o Delegado de Polícia do município, Dr. Evandro Abrão Nacle e com o Delegado Seccional de Barretos, Dr. José Luiz Ramos Cavalcanti, para tratar desse assunto que afetará a toda comunidade. Também estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal, Edvaldo Moraes e o vereador e policial civil, Rafael Talarico.
Um dos motivos para o fechamento do plantão, o que não afetará o atendimento feito durante o dia pela Delegacia de Polícia, seria a falta de pessoal. A reposição dos servidores não acompanhou o número de agentes que se aposentou ou que estão para se aposentar, o que teria inviabilizado a permanência do expediente noturno.
Buscando formas de não deixar a população sem atendimento, o prefeito determinou que a Guarda Civil Municipal passe a atuar como plantão noturno para elaboração de boletins de ocorrência dos casos de menor gravidade. Embora esses B.Os possam ser feitos de forma eletrônica no site da Secretaria de Segurança, muitas pessoas têm dificuldades em relatar os fatos ou não têm acesso a internet para fazer o registro. Dessa maneira, a GCM já está realizando este atendimento desde o último domingo, dia 1º, em sua sede, na Rua 16 entre as avenidas 9 e 11. Esse atendimento será feito das 18h às 6h e em regime de 24h aos finais de semana e feriados.
“Estamos adotando iniciativas para que a população tenha o menor impacto possível. A decisão foi tomada pelo Governo do Estado e temos que nos adequar para que a comunidade não seja prejudicada”, comentou o José Eduardo.
Dr. José Luiz Ramos Cavalcanti e Dr. Evandro Abrão Nacle acreditam que a mudança poderá ser benéfica para a cidade. “Sem o plantão noturno, todos os agentes, investigadores e escrivães poderão se dedicar à elucidação de crimes ocorridos, bem como na conclusão de inquéritos policiais”, comentaram.
OCORRÊNCIAS GRAVES OU FLAGRANTES
No caso das ocorrências mais graves que obrigatoriamente terão que ser apresentadas em Barretos, o receio é de que a cidade fique desprovida do patrulhamento ostensivo e preventivo feito pela Polícia Militar, já que os policiais envolvidos em um desses casos deverão se deslocar até o município vizinho para o registro. No caso de flagrante, a guarnição não pode deixar a Delegacia de Polícia antes do término dos registros dos autos.
“Isso já é praxe. Mesmo quando o plantão policial era em Guaíra, em caso de flagrante, os policiais militares tinham que permanecer na unidade até o final do registro da ocorrência, ou seja, tudo vai continuar como era antes. A diferença é, por exemplo, no caso de flagrante de entorpecente. Antes o investigador tinha que levar a droga a Barretos para a perícia confirmar que tratava de substância entorpecente para então retornar a Guaíra e começar a relatar o flagrante. Agora isso tudo será feito em Barretos, agilizando a elaboração da ocorrência e liberando os policiais mais rapidamente para que possam continuar com seu patrulhamento pela cidade”, disse Dr. José Luiz.
ATIVIDADE DELEGADA PODE AJUDAR
O prefeito José Eduardo não descartou a hipótese de utilizar o programa “Atividade Delegada” que prevê o pagamento a policiais militares para que trabalhem em seus dias de folga da corporação. “Se percebermos que o patrulhamento ficou prejudicado pelo deslocamento de viaturas para Barretos, poderemos pagar os policiais que estiverem de folga, formando uma guarnição para dar sequência ao patrulhamento na cidade, não deixando a população desprotegida”, disse José Eduardo.
Ao final, a comunidade somente terá a noção exata do impacto que a decisão do Governo do Estado impôs à cidade nos próximos meses, quando ocorrências mais complexas forem registradas. Fica a dúvida da população guairense sobre o possível aumento da criminalidade com o deslocamento de viaturas para Barretos.