A bandeira é mais do que um simples pano colorido; é um dos símbolos mais significativos de uma nação. Neste contexto, compreendemos a urgência dos republicanos em reformular a bandeira nacional para refletir os valores e ideais do novo regime.
Criação e Importância da Nova Bandeira
A antiga bandeira, vinculada ao Império, carregava consigo símbolos como a coroa e a cruz, representativos do sistema imperial. Esses elementos tornaram-se indesejáveis para os republicanos, que buscavam marcar a transição para um Estado laico e presidencialista. Contudo, ao criar a nova bandeira, Teixeira Mendes e seus colaboradores optaram por manter o fundo verde e o losango dourado da bandeira imperial.
No lugar do brasão imperial, inseriram um círculo azul estrelado, representando o céu do Rio de Janeiro na noite de 15 de novembro de 1889, posteriormente associado aos estados da Federação. Sobre o azul, uma faixa branca trazia a inspiradora frase: “Ordem e Progresso”, referência ao pensamento do filósofo positivista francês Auguste Comte, cuja influência foi marcante entre os republicanos brasileiros.
Cores e Suas Representações
As cores amarela e verde, fundamentais na nova bandeira, passaram a ser associadas às riquezas naturais do Brasil. O verde simboliza as exuberantes florestas e a biodiversidade, enquanto o amarelo remete às riquezas minerais, como o ouro. No entanto, é interessante observar que essas cores carregam uma simbologia anterior.
Originalmente, o amarelo e o verde representavam as casas aristocráticas que instituíram a primeira dinastia brasileira durante o Império. A cor amarela, associada à casa dos Habsburgo da Áustria, representava a imperatriz Leopoldina, esposa de D. Pedro I. A cor verde, por sua vez, relacionava-se à casa dos Bragança de Portugal, à qual pertencia D. João VI, imperador e pai de D. Pedro I.
O Dia da Bandeira, celebrado em 19 de novembro, proporciona uma oportunidade única para refletirmos sobre nossa história e a evolução simbólica que nossa bandeira nacional experimentou ao longo do tempo. Mais do que um simples ato de hasteamento, é uma ocasião para compreendermos a importância dos símbolos na construção da identidade de uma nação.