Como presidente do Sindicato Rural, Mário Sérgio convida associados: “estamos abertos a ideias”

Mesmo com a pandemia, a entidade continua atendendo de maneira remota e presencialmente. Produtores podem entrar em contato até mesmo pelo WhatsApp para esclarecer dúvidas, dar sugestões ou solicitar serviços

Cidade
Guaíra, 12 de março de 2021 - 10h46

O produtor rural Mário Sérgio Silvério se tornou presidente interino do Sindicato Rural de Guaíra após o afastamento de Francisco Muraishi para assumir cadeira na Câmara Municipal. Desde que assumiu a liderança da entidade, ele tem acompanhado ainda mais de perto os trabalhos internos e também as discussões que surgiram em torno da saída de alguns funcionários. 

Para esclarecer estes principais pontos e também falar sobre a prestação de serviço da instituição, Mário Sérgio conversou com a equipe do Jornal O Guaíra. Confira entrevista:

 

Como questionamos o presidente licenciado, também voltamos ao assunto com você a respeito da saída de alguns funcionários do sindicato, já que isso trouxe muitas especulações sobre a continuidade do trabalho da entidade.

O que aconteceu é que tínhamos um prestador de serviço terceirizado para a contabilidade dos nossos associados e o contrato expirou. A firma prestava serviço dentro do SR e, na renovação, foi oferecido para que ela continuasse, mas que o valor que repassava para o sindicato era baixo, que ao invés de 13% era necessário repassar 30% para que conseguíssemos sobreviver e atender o produtor ainda melhor. E a empresa não aceitou. Os funcionários saíram e foram contratadas outras três pessoas, que continuam com o trabalho normalmente. 

Um dos boatos é de que o SR fecharia após a saída desses funcionários. Por que ocorreu isso?

A saída deles não comprometeu em nada o nosso serviço. O sindicato está redondinho. Tivemos algumas saídas de associados, que seguiram essa empresa de contabilidade, mas isso não afeta na nossa continuidade. Fizemos o levantamento e dá para sobrevivermos tranquilamente. O nosso ainda é um dos escritórios de contabilidade mais baratos da cidade, o mais completo. Além disso, faz 50 anos que o sindicato atua em benefício ao produtor. Eu estou há mais de 20 anos lá como associado e nunca tive problema nenhum, sempre fui atendido em tudo o que precisei, tanto com advogado, como análise de terra, convênio médico, etc. Está tudo certo, sem problema algum.

E quanto a problemas jurídicos. Há algum?

Outra especulação mentirosa. Juridicamente não temos problemas nenhum. Tem algumas conversas, mas foi mal entendido. Quando os funcionários saíram, queriam levar 100% do pessoal que atendia, pois achavam que tinham o direito, mas não é bem assim, porque eles tinham contrato com o sindicato, por isso tiveram essas especulações, mas eles eram terceirizados. 

Isso e outros assuntos podem ser esclarecidos pelo produtor na entidade?

Claro, sempre fizemos reuniões, direto. É posto tudo à mesa, de forma transparente, os associados podem ficar tranquilo que está tudo certo. O sindicato não é para gerar lucro, ele recebe o dinheiro do associado e devolve em serviço. Como presidente, não tenho remuneração nenhuma, estamos ali para apoiar com todos os serviços oferecidos, como departamentos jurídico, pessoal, de contabilidade, laboratórios, cursos, etc. O sindicato supre a demanda de qualquer necessidade dos associados. O sindicato sempre se movimenta para o que precisar.

Para você, o que falta na entidade?

Acredito que falta mais participação do associado. Acompanhar mais o que se passa lá dentro, participar das reuniões. Há alguns que criticam mas não vão lá saber o que está acontecendo, esclarecer, se inteirar mais e também participar mais apresentando suas demandas e também ideias. 

Temos exemplos em Minas Gerais, onde os produtores são muito participativos, estão sempre em todas as reuniões, dias de campo, palestras, etc. Eles são interessados em saber o que está acontecendo e levam essa experiência para o campo, o que ajuda a aumentar a produção. E, infelizmente, aqui não temos muito isso. Antes da pandemia, nossos eventos de encontros técnicos e dias de campo não recebiam muitos visitantes como em MG. 

Você disse que o sindicato está aberto a ideias. O que seria isso?

Por exemplo, recentemente, recebemos uma ideia de um associado e tentamos colocar em prática. E só não deu certo porque não tivemos uma resposta positiva das empresas. Fizemos um trabalho reunindo quem tivesse contrato de soja fixado, para fazer volume alto, reunir e conseguir melhora no preço. Muitos produtores venderam muito barato e o preço subiu esse ano – ninguém adivinhava que isso ia acontecer. O sindicato não comentou com o produtor para não entregar, mas se comprometeu a pedir um volume por firma, para pedir um reajuste por saca, para melhorar o preço, nem que fosse 50 centavos, um real por saca. Mas não tivemos êxito, firma nenhuma colaborou e saíram conversas de que o sindicato não incentivou a não entregar a soja. Não. Tentamos renegociar, fizemos um pedido de uma melhora, mas não conseguimos. As empresas não quiseram ajudar. A gente ainda pediu que elas ajudassem e que isso melhoraria a relação com o produtor e que traria benefícios lá na frente. Mas, ninguém quis ajudar.

Mas o sindicato está ali pra isso. Há ideias e a gente acata, isso foi ideia de um associado; o SR está lá para isso, para os agricultores.

E como estão os atendimentos em tempos de pandemia?

Passamos por um momento muito delicado da pandemia, mas continuamos atendendo aos produtores, de forma remota e também presencialmente, para tentar resolver qualquer problema que ele encontre. Estamos atendendo até de forma via WhatsApp. Se o associado quiser saber informação, seja o que for. não precisa ir até a sede para obter, pode tirar qualquer uma pelo telefone.

Você tem o apelido de “gerente” no meio rural. Está levando essa experiência para o SR?

Estou levando o que sei, acredito muito em fazer a coisa certa com muito trabalho, porque a gente colhe resultados. Muitos pensam que lá no sindicato existe algo errado, mas não tem nada. Sindicato foi criado para o bem da população e dos agricultores. Só acredito que é necessário mais participação. Se não se inteirar, não vai ficar sabendo. 

Deixe uma mensagem aos associados.

Não desanimem. não acreditem em tudo o que ouvem por aí. Podem nos procurar sempre que tiverem qualquer dúvida. Não podemos nos esquecer que o Sindicato Rural de Guaíra está há 50 anos prestando serviços aos associados e não é qualquer coisa que vai trazer dor de cabeça para a entidade. A instituição continua redondinha como sempre foi. Acredito que o SR já passou por coisa pior e sobreviveu tranquilamente. Eu mesmo não me vejo fora do sindicato, tudo o que eu preciso tenho ali. E, não se esqueçam, estamos abertos a ideias, para o que o produtor precisar.


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