
Para esclarecer estes principais pontos e também falar sobre a prestação de serviço da instituição, Mário Sérgio conversou com a equipe do Jornal O Guaíra. Confira entrevista:
Como questionamos o presidente licenciado, também voltamos ao assunto com você a respeito da saída de alguns funcionários do sindicato, já que isso trouxe muitas especulações sobre a continuidade do trabalho da entidade.
O que aconteceu é que tínhamos um prestador de serviço terceirizado para a contabilidade dos nossos associados e o contrato expirou. A firma prestava serviço dentro do SR e, na renovação, foi oferecido para que ela continuasse, mas que o valor que repassava para o sindicato era baixo, que ao invés de 13% era necessário repassar 30% para que conseguíssemos sobreviver e atender o produtor ainda melhor. E a empresa não aceitou. Os funcionários saíram e foram contratadas outras três pessoas, que continuam com o trabalho normalmente.
Um dos boatos é de que o SR fecharia após a saída desses funcionários. Por que ocorreu isso?
A saída deles não comprometeu em nada o nosso serviço. O sindicato está redondinho. Tivemos algumas saídas de associados, que seguiram essa empresa de contabilidade, mas isso não afeta na nossa continuidade. Fizemos o levantamento e dá para sobrevivermos tranquilamente. O nosso ainda é um dos escritórios de contabilidade mais baratos da cidade, o mais completo. Além disso, faz 50 anos que o sindicato atua em benefício ao produtor. Eu estou há mais de 20 anos lá como associado e nunca tive problema nenhum, sempre fui atendido em tudo o que precisei, tanto com advogado, como análise de terra, convênio médico, etc. Está tudo certo, sem problema algum.
E quanto a problemas jurídicos. Há algum?
Outra especulação mentirosa. Juridicamente não temos problemas nenhum. Tem algumas conversas, mas foi mal entendido. Quando os funcionários saíram, queriam levar 100% do pessoal que atendia, pois achavam que tinham o direito, mas não é bem assim, porque eles tinham contrato com o sindicato, por isso tiveram essas especulações, mas eles eram terceirizados.
Isso e outros assuntos podem ser esclarecidos pelo produtor na entidade?
Claro, sempre fizemos reuniões, direto. É posto tudo à mesa, de forma transparente, os associados podem ficar tranquilo que está tudo certo. O sindicato não é para gerar lucro, ele recebe o dinheiro do associado e devolve em serviço. Como presidente, não tenho remuneração nenhuma, estamos ali para apoiar com todos os serviços oferecidos, como departamentos jurídico, pessoal, de contabilidade, laboratórios, cursos, etc. O sindicato supre a demanda de qualquer necessidade dos associados. O sindicato sempre se movimenta para o que precisar.
Para você, o que falta na entidade?
Acredito que falta mais participação do associado. Acompanhar mais o que se passa lá dentro, participar das reuniões. Há alguns que criticam mas não vão lá saber o que está acontecendo, esclarecer, se inteirar mais e também participar mais apresentando suas demandas e também ideias.
Temos exemplos em Minas Gerais, onde os produtores são muito participativos, estão sempre em todas as reuniões, dias de campo, palestras, etc. Eles são interessados em saber o que está acontecendo e levam essa experiência para o campo, o que ajuda a aumentar a produção. E, infelizmente, aqui não temos muito isso. Antes da pandemia, nossos eventos de encontros técnicos e dias de campo não recebiam muitos visitantes como em MG.
Você disse que o sindicato está aberto a ideias. O que seria isso?
Por exemplo, recentemente, recebemos uma ideia de um associado e tentamos colocar em prática. E só não deu certo porque não tivemos uma resposta positiva das empresas. Fizemos um trabalho reunindo quem tivesse contrato de soja fixado, para fazer volume alto, reunir e conseguir melhora no preço. Muitos produtores venderam muito barato e o preço subiu esse ano – ninguém adivinhava que isso ia acontecer. O sindicato não comentou com o produtor para não entregar, mas se comprometeu a pedir um volume por firma, para pedir um reajuste por saca, para melhorar o preço, nem que fosse 50 centavos, um real por saca. Mas não tivemos êxito, firma nenhuma colaborou e saíram conversas de que o sindicato não incentivou a não entregar a soja. Não. Tentamos renegociar, fizemos um pedido de uma melhora, mas não conseguimos. As empresas não quiseram ajudar. A gente ainda pediu que elas ajudassem e que isso melhoraria a relação com o produtor e que traria benefícios lá na frente. Mas, ninguém quis ajudar.
Mas o sindicato está ali pra isso. Há ideias e a gente acata, isso foi ideia de um associado; o SR está lá para isso, para os agricultores.
E como estão os atendimentos em tempos de pandemia?
Passamos por um momento muito delicado da pandemia, mas continuamos atendendo aos produtores, de forma remota e também presencialmente, para tentar resolver qualquer problema que ele encontre. Estamos atendendo até de forma via WhatsApp. Se o associado quiser saber informação, seja o que for. não precisa ir até a sede para obter, pode tirar qualquer uma pelo telefone.
Você tem o apelido de “gerente” no meio rural. Está levando essa experiência para o SR?
Estou levando o que sei, acredito muito em fazer a coisa certa com muito trabalho, porque a gente colhe resultados. Muitos pensam que lá no sindicato existe algo errado, mas não tem nada. Sindicato foi criado para o bem da população e dos agricultores. Só acredito que é necessário mais participação. Se não se inteirar, não vai ficar sabendo.
Deixe uma mensagem aos associados.
Não desanimem. não acreditem em tudo o que ouvem por aí. Podem nos procurar sempre que tiverem qualquer dúvida. Não podemos nos esquecer que o Sindicato Rural de Guaíra está há 50 anos prestando serviços aos associados e não é qualquer coisa que vai trazer dor de cabeça para a entidade. A instituição continua redondinha como sempre foi. Acredito que o SR já passou por coisa pior e sobreviveu tranquilamente. Eu mesmo não me vejo fora do sindicato, tudo o que eu preciso tenho ali. E, não se esqueçam, estamos abertos a ideias, para o que o produtor precisar.

