Não é de hoje que o Estado de São Paulo enfrenta muitos problemas com a falta de recursos humanos na segurança pública dos municípios. São muitos os pedidos, mas sem retorno por parte do governo estadual, responsável pelas polícias civil e estadual.
Um levantamento feito pelo Sindicato dos Delegados de São Paulo mostra que o déficit estadual está perto de 35%, então, em média, a Polícia Civil trabalha com apenas 65% dos seus cargos ocupados.
A seccional de Barretos, que abrange Guaíra, está muito abaixo da média estadual e trabalha com somente 55% dos seus cargos ocupados. Na tabela, nota-se que são 13 cargos ocupados por delegados, sendo que a previsão em lei seria de 24 para atender toda a região de maneira eficiente. Os números ainda pioram nos casos de escrivão e investigador.
Este cenário, além de sobrecarregar os policiais, que chegam a realizar a função que deveria ser feita por 4 pessoas, compromete muito a qualidade do serviço de investigação e a segurança pública dos moradores da região.
Para se ter uma noção, a Polícia Civil de Guaíra atua somente com um delegado, dois escrivães, dois investigadores e quatro agentes policiais (três fazem plantão fora e apenas um fica na cidade), para trabalhar com, possivelmente, mais de 400 inquéritos policiais que encontram-se em andamento. Na Delegacia da Mulher (DDM) há apenas uma servidora; uma delegada vem de fora para atender as ocorrências.
“Esse déficit é um dos problemas que formam o triste cenário da Polícia Civil de São Paulo. Hoje, trabalhamos com equipamentos obsoletos, viaturas sem manutenção e delegacias em péssimo estado de conservação”, diz a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Raquel Kobashi Gallinati.
“A situação só não é pior pela dedicação dos policiais civis, que se desdobram para oferecer uma segurança pública de qualidade, ainda que o resultado fique abaixo da potencialidade da polícia, pela falta de investimento do Governo”, completa.
O Sindicato dos Delegados de São Paulo afirma que continuará denunciando o descaso do governo do Estado com a Polícia Civil, que “em última instância, é um descaso com a segurança da população paulista”.
Hoje, em números totais, o Estado tem 27.507 policiais civis, apesar da legislação determinar que a Polícia Civil tenha 41.912 policiais para a atividade. Ou seja, o déficit é de 14.405 profissionais em números absolutos.