Há pouco menos de uma semana, o município foi destaque nos noticiários pelas intensas filas nas portas das unidades municipais de saúde em consequência da vacinação contra a covid-19. Sem vacina para todos, muitas pessoas tiveram que voltar para casa sem o imunizante.
Agora, em entrevista com agentes de saúde, o Jornal O Guaíra recebeu informações de que estão sobrando doses em algumas USFs (Unidades de Saúde da Família), porque os cidadãos não estão indo aos postos de sua referência no dia do seu cronograma de vacinação.
Os agentes ficam responsáveis por ligarem para aqueles que devem ir em certo dia para se imunizar. Alegando não haver equipamentos (aparelhos telefônicos) suficientes para a ligação de todos os servidores, eles precisam utilizar seus próprios celulares para a ligação. “Como estamos ligando do nosso próprio celular, não sei se é porque aparece número desconhecido para a população, mas não estamos sendo atendidos. Com isso, não conseguimos falar com aqueles que precisam se deslocar até o postinho naquele dia para se vacinar contra a covid-19. E são muitos os guairenses que não nos atendem”, conta uma funcionária pública.
Ela pede para que todos os munícipes que já estão dentro do cronograma (determinado por idade), que entrem em contato com a sua unidade de saúde e peçam para falar com o agente de sua região, que ele marcará o dia exato para a imunização. “A gente determina o número de pessoas no dia de acordo com a lista que temos na nossa região e que confirmaram que realmente vão, já que quando abrimos uma ampola da vacina, ela possui um número certo de doses que devem ser aplicada em determinado tempo, senão perde sua eficiência”, explica.
QUEREM ESCOLHER O TIPO DE VACINA
Um problema que outros municípios enfrentam, de homens e mulheres que querem escolher a marca da vacina que vão tomar contra a covid-19, começa a aparecer também em Guaíra.
Em contato com outro agente de saúde, este nos relata que alguns guairenses que procuram o postinho para a vacinação estão querendo escolher o imunizante, não aceitando o que há naquele dia em questão.
Ainda não há posicionamento oficial da secretaria municipal de saúde quanto ao caso em Guaíra e quais serão as atitudes tomadas, mas, esse fenômeno dos “sommeliers de vacina”, que escolhem qual dose tomar – relacionado à onda de desinformações sobre a imunização contra a covid-19 e às críticas do próprio governo federal contra alguns fabricantes – começa a gerar punições em alguns municípios brasileiros.
Prefeituras têm variado no controle desse comportamento, mas a sanção mais popular até agora tem sido a assinatura obrigatória de um termo de responsabilização e a subsequente transferência do indivíduo que recusa vacina para o fim da fila de prioridades.