Dívidas, mentiras e poder: ficção futurista critica ciclos de opressão

Saga escrita por Felipe Kato narra a jornada de personagens imersos em um governo repleto de censura e corrupção, que domina a população por meio de tributos

Cidade
Guaíra, 17 de agosto de 2025 - 09h09

A República Popular de Terranova é um macropaís líder em inovação e eficiência, onde a tecnologia avançada permitiu que fossem criados vias aéreas, ciborgues, nanorrobôs, portais interdimensionais e até uma redoma gigante para proteger as pessoas da atmosfera tóxica. Mas a sociedade construída na obra de Felipe Kato é uma falsa utopia: por trás de projetos científicos em prol do bem-estar da população, o governo esconde manipulações, corrupções e autoritarismo que afetam todos os habitantes. 

Vivendo no ano de 3084, o protagonista Thomas K. é um jornalista que trabalha em um dos últimos veículos de comunicação independente. Quando recebe uma notificação judicial para pagar um débito bilionário, mesmo sem saber de onde veio a dívida, ele se direciona a um órgão público para resolver o problema. Porém, ao descobrir uma série de injustiças do governo, torna-se vítima de uma traição que o prenderá em um centro de reeducação para punir os dissidentes. 

Em paralelo, a obra conta a história de Susana, filha de Thomas. A jovem se une ao Movimento da Revolução Solidária (MRS), um grupo clandestino que planeja uma rebelião violenta para expor as fraudes da república e para desencadear uma guerra civil. Após ser capturada por agentes, também é submetida a processos de “correção” e é transformada em um ciborgue para se tornar uma arma do governo.

Com alternância de pontos de vista, a obra constrói um cenário complexo sobre os conflitos de Terranova. Entre críticas sociais, ironia e humor, Felipe Kato leva os leitores por uma jornada em um mundo futurístico e cyberpunk, no intuito de traçar paralelos com os contextos vividos na contemporaneidade. A partir de sua experiência como advogado de direito tributário, ele ficcionaliza os problemas presentes em uma sociedade que perpetua desigualdades ao focar em um governo que explora e domina a população por meio dos tributos. 

Ele comenta: “uso o conceito de impostos para montar um sistema que controla até a forma como as pessoas pensam e trabalham. Para isso, exploro elementos da cultura geek, de ciborgues ao ambiente cyberpunk, para apresentar, de forma ácida e humorística, elementos da política brasileira, mesmo que indiretamente”.

*Felipe Kato é advogado e autor do livro “República Popular de Terranova”

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