Hoje começa a copa, e parece que o entusiasmo não é o mesmo que de outras edições.A população parece que tomou gosto por outro tipo de torcida, aquela que afeta diretamente suas vidas, seu dia dia, o futuro dos seus filhos.

Evidente que, sendo o único país que participou de todas as edições da competição, torcer para os meninos da seleção é fundamental, pois eles, assim como nas arenas antigas, estão representando nosso país.Mas a “Pátria de Chuteiras”, uma expressão cunhada pelo escritor e jornalista Nelson Rodrigues, e que foi muito usada para buscar união do Brasil em torno da seleção de futebol, hoje não surte o mesmo efeito.Os tempos mudaram, “pátria de chuteiras” virou um clichê, sem a mesma força de outrora pois ao contrário daqueles tempos, estamos tentando nos informar por outras fontes, que gozam ainda de credibilidade. 

Queremos e devemos sim torcer para seleção, afinal ela estará nos representando em uma das mais importantes competições do mundo. Mas o sentimento mudou, e as vitórias que esperamos do futebol, apenas darão um intervalo a um jogo mais importante,a luta diária de se  tornar um povo a cada dia mais soberano. 

O brasileiro depois de muitos anos aprendeu que torcer para o Brasil não se faz apenas de quatro em quatro anos. Torcer e jogar pelo Brasil, é um trabalho diário, que apesar do cansaço, e outros atropelos, deixamos de ser simples espectadores e entramos no jogo, para mostrar o quão supremo é a  vontade popular. Queremos sim, marcar vários gols contra as adversidades que nos são impostas e colecionar vitórias que a cada jogo nos traga dias melhores. Pois para esta nova nação, não há espaço e nem vontade de se “pendurar as chuteiras”.