Vivemos em uma era de discussões acaloradas, onde o intercâmbio de ideias e a argumentação construtiva deveriam ser o alicerce de uma sociedade democrática e informada. No entanto, nos deparamos com uma tendência crescente à disseminação da desqualificação pessoal como estratégia de debate. Esse comportamento não apenas enfraquece nossos diálogos públicos, mas também mina os alicerces da democracia e da civilidade.
Desqualificar alguém, em vez de refutar argumentos com base em evidências sólidas e lógica, atacando a imagem ou a integridade do indivíduo que expressa essas ideias, é uma tática nefasta que desvia a atenção do cerne das questões em discussão e cria um ambiente tóxico que desencoraja o envolvimento construtivo.
Este recurso é usado frequentemente por aqueles que não possuem argumentos convincentes para apoiar suas posições, criando um impacto negativo duradouro, onde as consequências são a criação de um clima de polarização e hostilidade, que dificulta a construção de consensos e a busca por soluções pragmáticas para os desafios que enfrentamos. Isto afeta de forma considerável a qualidade das decisões políticas e sociais, sufocando a diversidade de ideias tão necessária ao bom debate.
Estudos mostram que quem não consegue enxergar, geralmente, pode interpretar as frequências sonoras com mais facilidade, o que ajuda a discernir pequenas diferenças na frequência sonora. Assim é a justiça, totalmente cega, para nos lembrar que todos são iguais perante a lei.
Mas não se iluda, a justiça tem mantido os ouvidos bem atentos ao pedido de socorro daqueles que viram sua privacidade invadida, com ataques à sua dignidade e honra, muitas vezes difamados com o único objetivo de perpetuar a ignorância e impedir o avanço do conhecimento. Ela (a justiça) aprendeu diante de toda essa revolução digital a separar o que realmente atende aos requisitos da liberdade de expressão, de outras formas que extrapolam este princípio constitucional.
Redirecionarmos o foco para os argumentos e evidências em questão, em vez de nos determos na pessoa que os apresenta, é, sem dúvida, um caminho seguro para que frases como “fulano é bom, MAS, só tem um defeito: torce para determinado time” continuem sendo apenas uma brincadeira entre amigos.