A síndrome do porteiro

Editorial
Guaíra, 2 de junho de 2020 - 08h04

A síndrome do porteiro ou do “pequeno poder” segundo a Psicologia, é uma atitude de autoritarismo por parte de um indivíduo que, ao receber um poder, usa de forma absoluta e imperativa sem se preocupar com as consequências e problemas periféricos que possa vir a ocasionar.

Sem nem conhecer esta Psicologia, Santo Agostinho interpretou assim esta tendência humana: “Se queres conhecer uma pessoa, não lhe perguntes o que pensa mas sim o que ela ama.” Já Abraham Lincoln interpretou assim: “Quer conhecer o caráter de uma pessoa? Dê a ela o poder!”.

Ao que parece esta síndrome não é tão rara como pensamos. Somos levados – todos os dias – a achar que somos experts em vários assuntos. Não é segredo para ninguém que já tivemos 200 milhões de técnico de futebol, já achamos nossas autoridades pouco inteligentes, já rotulamos conhecidos e vizinhos como abestalhados e, agora, estamos vivendo a era da tecnologia onde  somos assolados, diariamente,  por especialistas em medicina, em infectologia, e doutores em pandemias.

A síndrome do porteiro nos impede de distinguir uma notícia real de uma fake news e assim vamos replicando, triplicando, passando de grupo para grupo, uma informação que está atrelada a interesses escusos ou com segundas intenções, que nada contribui para o bem da sociedades ou para nosso próprio bem.

Com a chegada da campanha eleitoral, se ela não for adiada, isso vai se intensificar. Já estamos vendo aqui e ali “posts” que parecem inofensivos, despretensiosos, mas carregados de mensagens subliminares com ataques sutis a pretensos candidatos.

Está na hora de tomarmos um banho de sensatez, de tentarmos ficar cada um no seu quadrado, pois só nos tornamos sábios e dignos de crédito se soubermos o limite do nosso conhecimento.

Há que se preservar a liberdade de opiniões e de expressões, como não? Este direito está na Constituição, nossa Carta Magna, mas, isso não quer dizer que tenhamos que dizer “amém” ao pensamento de todo e qualquer cidadão somente pelo fato de alguém ter-lhe dado algum poder.

Então, é muito bom que se reitere: nunca se precisou tanto por informações sérias, fidedignas e legítimas como agora, nesta época que estamos atravessando.

 


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