Antes mudo, do que mal interpretado

Editorial
Guaíra, 21 de fevereiro de 2024 - 22h57

Em um mundo inundado por informações e interações digitais, a máxima de Abelardo Barbosa, o eterno Chacrinha, ressoa com ainda mais vigor: “Quem não se comunica trumbica”. A frase, tão simples em sua formulação, carrega consigo uma verdade inescapável sobre a importância da comunicação em nossas vidas. Entretanto, em meio ao frenesi das redes sociais e dos meios de comunicação instantânea, é crucial lembrar que a qualidade da comunicação é tão vital quanto sua presença.

A era digital nos proporcionou inúmeras ferramentas para nos conectarmos uns aos outros em uma escala global. Mas, ao mesmo tempo, essa profusão de canais de comunicação muitas vezes nos leva a um paradoxo: embora estejamos constantemente emitindo mensagens, nem sempre estamos nos comunicando de maneira eficaz. A superficialidade substituiu a substância, e a instantaneidade prevaleceu sobre a reflexão.

É inegável que a velocidade da comunicação moderna tem seus méritos. Informações cruciais podem ser disseminadas em questão de segundos, mobilizando massas e promovendo mudanças sociais significativas. No entanto, essa mesma velocidade também abre espaço para equívocos, distorções e, em alguns casos, até mesmo manipulação. A disseminação descontrolada de desinformação e a propagação de discursos de ódio são apenas alguns exemplos dos males que podem surgir quando a comunicação é tratada de forma leviana.

A era digital nos tornou participantes ativos em um vasto ecossistema de comunicação, no qual cada um de nós desempenha um papel na moldagem do discurso público. Devemos ser críticos em relação ao que consumimos e compartilhamos, questionando a veracidade das informações e considerando o impacto de nossas interações.

É crucial lembrar que não se trata apenas de falar, mas de ser compreendido. A qualidade da comunicação não deve ser sacrificada em nome da conveniência ou da velocidade. Em um mundo onde as palavras têm o poder de construir ou destruir, devemos sempre nos esforçar para comunicar com clareza, responsabilidade e empatia.Assim estaremos verdadeiramente nos conectando uns aos outros de forma significativa e autêntica, sem jamais dar a impressão de que nossa mensagem é preconceituosa.

“Às vezes é melhor ficar calado deixando que os outros pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar nenhuma dúvida.”  (Abraham Lincoln)  


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