
A ironia disso tudo é que, ao lançar acusações que espelham suas próprias ações, esses indivíduos acabam revelando mais sobre si mesmos do que jamais pretendiam. É como se estivessem segurando um espelho, mas insistindo que a imagem refletida pertence a outra pessoa. O humor reside na audácia e na falta de autoconsciência: “Eu? Nunca! Mas veja só o que aquele outro está fazendo!”
A coisa se intensifica quando percebemos que o público, longe de ser facilmente enganado, começa a notar essas semelhanças gritantes. Afinal, como não rir da situação em que o acusador, ao apontar o dedo, esquece que três outros dedos estão voltados para si mesmo? É uma comédia de erros, onde o verdadeiro caráter se revela não apenas nas palavras proferidas, mas nas ações que as precedem.
Essa estratégia “genial”, embora possa gerar manchetes momentâneas, é um convite ao descrédito, porque o público está cansado de jogos de espelhos e truques baratos. Busca autenticidade e verdade. E assim, o grande ato final dessa tragicomédia é a revelação inevitável: a máscara cai, e o autor da autobiografia não autorizada se vê diante de sua própria narrativa.
Ao observarmos essas manobras, podemos nos permitir apenas sorrir. Afinal, em um mundo onde a verdade eventualmente vem à tona, aqueles que tentam reescrever suas histórias às custas dos outros acabam, ironicamente, escrevendo o capítulo mais revelador de todos. O de si mesmo.
Lembre-se que o mantra dos desinformantes sempre será “Sempre acuse seus adversários do que é verdadeiro sobre você mesmo…”

