O Brasil tem um talento quase inacreditável para desperdiçar aquilo que poderia ser sua maior solução. Enquanto o mundo inteiro transforma lixo em energia, emprego e desenvolvimento, aqui seguimos presos à velha mania de enterrar o problema e fingir que ele desapareceu. O que poderia ser luz, renda e progresso, transformamos em escuridão, desperdício e atraso.
Não é falta de tecnologia, nem de conhecimento. O que falta é coragem, vontade política e uma pitada de senso comum. Em vez de enxergar o lixo como fonte renovável de energia, tratamos tudo como sujeira para esconder. É um desperdício duplo: de energia e de oportunidade.
O resultado? Continuamos atolados em lixões e aterros que só pioram o meio ambiente, o bolso do cidadão e o futuro do país. E o pior: essa realidade continua invisível para muitos que poderiam fazer a diferença. Falta ação, falta decisão, falta assumir que o lixo não é inimigo, mas parceiro na construção de uma nova economia.
Se continuar assim, o Brasil vai seguir perdendo tempo e dinheiro, enterrando o próprio potencial junto com o lixo. Enquanto o mundo acelera, a gente pisa no freio — e o preço disso é alto demais.
É hora de parar de jogar energia fora. É hora de ligar a chave e transformar o que é rejeitado em força para o futuro. Ou vamos continuar perdendo o que nem sabemos que temos.