O pleito municipal tende sempre a se concentrar em questões locais, mas esta será uma eleição travada no calor de uma forte crise política nacional, sob o impacto do impeachment da presidente da República.
Diante da gravidade da conjuntura que a remoção de Dilma Rousseff acentua, abre-se a expectativa de que os aspirantes ao comando político dos municípios, nas prefeituras e câmaras de vereadores entrem na disputa imbuídos do espírito de mudança que propicie a reconciliação dos políticos com os cidadãos brasileiros, e que estes, como eleitores, saibam valorizar o ato fundamental de cidadania que estarão praticando, preocupando-se em dar seu voto a candidatos que sejam inequivocamente dignos e capazes de cumprir a missão da representação popular.
Em outras palavras, é de esperar que as enormes dificuldades que hoje o País e, por consequência, os municípios enfrentam estimulem candidatos e eleitores a cumprir o rito democrático pensando não apenas em si, mas no interesse público.
O pleito de outubro será o primeiro a realizar-se sob a vigência da proibição do financiamento de campanhas eleitorais por pessoas jurídicas. Trata-se de uma medida saneadora, que procura salvaguardar o princípio democrático de que candidatos a mandatos eleitorais devem concorrer em igualdade de condições, princípio este que a influência do poder econômico inegavelmente desvirtua. E também porque o financiamento eleitoral por parte de empresas significa, invariavelmente, um investimento cuja contrapartida recai nas costas dos contribuintes. Mensalões e petrolões são exemplos claros da promiscuidade nas relações de políticos, partidos e agentes públicos com o mundo dos negócios e seu poder econômico.
Os analistas dizem que esta medida saneadora de não se aceitar a “ajuda financeira” das empresas, fez com que o número de candidatos caísse.
Não se vê este fenômeno em nosa cidade. Só para o cargo majoritário são 4 candidatos e estima-se cerca de 180 candidatos a vereadores.
Mais uma vez é preciso ponderar bem o nosso voto!