Há poucas coisas infinitas no universo. A cara de pau dos políticos brasileiros é uma delas.
Nesta semana, poderíamos comemorar a palhaçada brasileira com louvor.
Primeiro, o congresso votou para que uma lei que diminua o poder do Tribunal Superior Eleitoral tenha regime de urgência. Pela lei, o TSE agora não teria mais poder de cassar um partido depois que ficasse claro que houve fraude em suas contas eleitorais. Veja bem, 314 deputados votaram a favor e apenas 17 contra, mostrando que quando trata-se de proteger a si próprios da Lei, as doutrinas partidárias se esvaziam e todos se unem em uma roda única de cantos e dar as mãos.
Parece que o encontro entre Temer e Lula no velório de Dona Marisa já trouxe resultados práticos.
Depois, Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá nem fizeram esforço para esconder a pressão em indicar Édson Lobão para a Comissão de Justiça do Senado. Sério. Incrível: presidente da Comissão de JUSTIÇA. Seria como nomear o Lobo para tomar conta do galinheiro!
E como uma deliciosa cereja do bolo, voltou a circular nos corredores palacianos o nome do paulista Luiz Cláudio Mariz como o principal candidato ao posto de Ministro da Justiça. Para quem não lembra, Mariz sempre foi o candidato principal de Temer para a pasta, mas foi descartado de início quando fez críticas abertas à Operação Lava-Jato. Na ocasião Temer recuou frente a avalanche de críticas, mas agora com a amnésia vista com frequência na população brasileira, uma nova tentativa tem tudo para dar certo.
E a gente aqui achando que a principal preocupação é com o Estado do Espírito Santo.