Com sangue nos olhos!

Editorial
Guaíra, 2 de setembro de 2016 - 09h43

Quem acompanhou o discurso de despedida de Dona Dilma deve ter notado a Senadora Gleisi Hoffman bem atrás dela – como um papagaio de pirata – com aquele sorriso de triunfo e de cinismo que a acompanhou durante toda a caminhada desses 180 dias que precederam o impeachment.

Dona Dilma falou por quase 15 minutos com sangue nos olhos e a faca nos dentes.

Esta fala é o melhor retrato da retórica que a destruiu: arrogante, intransigente, despida de qualquer humildade!

Não reconheceu a decisão soberana do STF, do Senado e da Câmara e por mais que se defenda a Democracia e o Estado de Direito, Dilma tinha a obrigação de – finalmente – reconhecer a importância das ferramentas da Justiça. Não o fez!

O impeachment foi uma decisão colegiada. Da maioria. Originou-se nas ruas. Cunha foi um mero instrumento.

Cada voto, cada discurso, foi suportado pelos votos de milhões de brasileiros e, por isso, a decisão é soberana e deve ser respeitada.

Nós, brasileiros, devemos ser respeitados.

Insistir na narrativa do golpe é contrariar uma decisão soberana, republicana, validada por dois poderes.

Dilma não reconhece nada. Nem seu veredito, nem suas culpas, nem seu destino. Não reconhecendo a decisão do STF, do Senado e da Câmara, dá um claro exemplo da postura que a desconectou do legislativo. A postura que a derrubou. Como se isso não fosse suficiente, ainda acusa a decisão de ser preconceituosa e racista.

Dilma sai da presidência e entra para a história com um discurso vergonhoso e indigno do cargo que ocupou.

Perdeu a oportunidade de um gesto grandioso para unir o país. Perdeu a chance de reconhecer seus erros. Perdeu a chance de iniciar um movimento de conciliação nacional. Um discurso de alguém tomado pela paixão. Ou pela dor.

Lamentável.


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