O técnico do Brasil, Vicente Feola, conversava com sua equipe sobre como o time deveria se comportar em campo e tudo o que cada um deveria fazer para chegar ao gol. Diante de tantas estratégias combinadas e receitas para a vitória, o jogador Garrincha perguntou: “Tá legal, seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”
A frase parece banal, mas é um exemplo claro de como é essencial levar em consideração a ação do “adversário” antes de estabelecer uma estratégia. O adversário aqui não se trata daquele que conhecemos como amigo ruim(inimigo), e sim de tudo ou de todos que se coloquem contra uma idéia, por várias motivações como, falta de entendimento ou compreensão do assunto, por achar que não era o momento em um cronograma de prioridades ou até mesmo que a ideia ou projeto era ruim mesmo.
As variáveis envolvidas em processos de tomada de decisão são muitas, e buscar se aproximar o máximo possível das consequências de uma escolha, é uma forma inteligente de amenizar situações de conflito da vida real em que há pessoas,opiniões, estratégias, ações e regras envolvidas.É como se estivessemos num jogo de xadrez,onde há sempre dois jogadores tomando decisões.E cada decisão tomada por um dos jogadores afeta diretamente o outro jogador. Como cada jogador busca derrubar o rei do adversário(objetivos a serem alcançados), temos aí um problema ou uma situação de conflito. Esta tensão criada entre as partes envolvidas, pode (se for bem conduzida) trazer benefícios, abrindo o diálogo para uma discussão mais profunda, na busca do consenso e do equilíbrio,onde gregos e troianos saiam satisfeitos.
De certa forma praticamos todos os dias essas “antecipações”,quando medimos o que falamos ou que fazemos, prevendo adversidades que podem trazer transtornos que poderiam ser evitados. O problema é como antecipar o imprevisível comportamento humano e as suas atitudes, quando interesses individuais entram em conflitos com os interesses coletivos.