DIRETRIZ: MÃE OU MADASTRA?

Editorial
Guaíra, 4 de março de 2024 - 22h23

Em meio às complexidades urbanas, a palavra “diretriz” assume significados díspares. Para alguns, é apenas o feminino de “diretor”, uma figura que orienta e traça caminhos. No entanto, para os empreendedores urbanos, especialmente aqueles que buscam realizar projetos grandiosos na cidade, “diretriz” pode se tornar sinônimo de obstáculos e burocracias.

Quando se trata de construir o sonho da casa própria, cada exigência adicionada a um loteamento se reflete diretamente no bolso daqueles que buscam realizar esse desejo. A lei exige que sejam realizadas infraestruturas básicas como asfalto, energia elétrica, esgoto e água, até detalhes como calçadas e paisagismo, onde cada item entra no custo final de cada lote. 

Em algumas localidades, ainda há exigências de contribuição adicional, como um salário mínimo por lote, impactando significativamente os recursos financeiros dos aspirantes a proprietários, tornando o acesso à moradia ainda mais oneroso. Além disso, antigas legislações, como a proibição de novos loteamentos até a conclusão de uma estação de tratamento de esgoto, influenciando significativamente, no equilíbrio entre oferta e procura.

No entanto, seria sensato questionar se tais restrições beneficiam realmente o crescimento urbano ou se apenas complicam o processo. Será que a restrição de novos loteamentos realmente alivia a pressão sobre a infraestrutura existente, como alegado pelas autoridades? Ou seria apenas uma medida que contribui para a escassez de oferta, impulsionando os preços dos terrenos e dificultando o acesso à moradia?

Em vez de impor barreiras, talvez seja mais prudente buscar formas de desonerar os empreendimentos imobiliários, incentivando o desenvolvimento urbano e estimulando a economia local. Afinal, os loteamentos não apenas geram receitas através de impostos, mas também impulsionam setores como a construção civil, gerando empregos e contribuindo para o crescimento econômico.

Convidamos, portanto, nossos leitores a dialogar com representantes da comunidade e autoridades locais, a fim de questionar possíveis abusos e regras inconstitucionais. Afinal, independente de ser uma mãe que guia e protege ou uma madrasta que impõe dificuldades, no final das contas, quem pagara a conta é você, que quer construir.

 


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