É culpa da imprensa!

Editorial
Guaíra, 4 de fevereiro de 2018 - 09h38

O governador Luiz Fernando Pezão descobriu uma solução revolucionária para os problemas do Rio de Janeiro. Após profundas reflexões, ele concluiu que, no quesito segurança pública, a capital do seu Estado é bem menos violenta do que se imagina. E tudo pode ficar ainda melhor com uma providência simples: trocar de imprensa. Essa que atua no Rio é de péssima qualidade.

“A cidade do Rio não é a cidade mais violenta do país. Mas se a gente vir os nossos noticiários, os nossos jornais, parece que é. É uma cobertura cruel, o que a nossa área de segurança tem aqui. Infelizmente”, concluiu Pezão.

Para que o Rio se torne um paraíso seguro, livrando seus moradores da violência, é imperioso que os jornalistas, depois de reciclados como lixo, façam o seu papel: de cegos. Do jeito que está, o noticiário não pode continuar. Se deixar, essa gente acaba retratando o governador como um reles impostor.

Acontece que Pezão não é nem um pouco criativo. Por aqui, por nossa cidade, já há muito tempo que se vem atribuindo à imprensa algumas mazelas que acontecem no dia a dia.

Então essa fórmula encontrada por Pezão não é criativa, mas é, até certo ponto, revolucionária, porque da maneira que foi colocada é abrangente, serve para solucionar problemas em qualquer área. Tome-se o exemplo da medicina. Guiando-se pela lógica do governador, os médicos não precisarão mais curar as doenças. Basta que destruam as radiografias e as tomografias. Com uma vantagem, num Estado assim, tão desacreditado, as pessoas poderão escolher entre dois papeis: bobos ou cínicos.


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