Eleições incertas!

Editorial
Guaíra, 24 de abril de 2018 - 09h30

 

 

 

 

 

O ano de 2018 será um divisor de águas na política brasileira. Pela primeira vez, haverá uma eleição presidencial onde boa parte da população conhece o nome de todos os ministros do Supremo, mas não conhece os 11 titulares da seleção brasileira de futebol, em ano de Copa do Mundo!

Tirando a esquerda radical e a direita alucinada, acredito que a grande maioria dos brasileiros quer a mesma coisa. Melhoria na educação, na saúde, na desigualdade econômica. Maior liberdade para as pessoas, uma democracia mais sólida com instituições mais sólidas. E, principalmente, um governante que tenha responsabilidade fiscal.

Em outras palavras, que não gaste mais do que arrecade. Responsabilidade com o gasto público. Mas responsabilidade mesmo. Nada de: “gastei, mas foi para dar aos pobres”, ou “foi para financiar bolsas de faculdades”.

A conta sempre chega pesada, e todos os ganhos obtidos são revertidos em perdas muito maiores. Igual ao empréstimo pego no cartão de crédito pelo pai pra comprar uma bicicleta para o filho, onde apenas o pagamento mínimo cabe no orçamento. Três anos depois a bicicleta irá ficar jogada em um canto, e a família tem que entregar a casa pra pagar a dívida no banco. Na hora que se tem o dinheiro na mão, festa no céu. Quando chega a conta, a culpa é da Globo, das elites, do rico que não gosta de ver o pobre andar de avião…

A corrida presidencial está muito esquisita. Os três principais candidatos que lideram as pesquisas, Marina, Bolsonaro e Joaquim Barbosa, não possuem base eleitoral e parlamentar eficazes, apesar de que as redes sociais possam alterar a escolha dos votos – da mesma forma que as fake news ajudaram a eleição de Trump. No fundo, a eleição será decidida com o apoio dos deputados nos seus nichos eleitorais, nos santinhos e no tempo de televisão. Coisa que nem Marina, Bolsonaro e Joaquim Barbosa, possuem.

É nisso que aposta Alckmin, que aposta nessa força eleitoral. E busca arduamente deputados de outros partidos do centrão.

A grande pergunta é: esse toma-lá-dá-cá que sempre existiu – e que faz com que os políticos sejam absolutamente contras as privatizações, já que são exatamente os cargos milionários delas que são ofertados em moeda de troca – continuará mesmo com a Lava-Jato?

Todo mundo já tentou calar a Lava Jato. PT, PP, PSDB, PMDB… Ninguém conseguiu. Os políticos ainda se calçam no Supremo, mas sabe-se que basta sair um dos decanos garantistas que sempre vão perder nas votações. Gilmar Mendes, Toffoli e Levandoski serão sempre votos vencidos.

Imagine você na posição de deputado, senador, prefeito ou governador, com o rabo preso na Lava Jato ou não. Você arriscaria trocar seu apoio em promessas de que não será preso no futuro ou que possa influir em prováveis processos que podem te colocar atrás das grades?

A esquerda, partida em milhões de micropeças, não consegue se organizar. Possuem um espectro de candidatos desde a esquerda radical, com Boulos e Manuela Dávilla, até mais moderados de centro, como Marina e Joaquim Barbosa.

Basta ver o desespero de algumas pessoas – representadas por Gleisi Hoffman – em tentar ainda brigar pela eleição de Lula, quando boa parte do partido já confabula o plano “B” – que já virou plano “A” há muito tempo.


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