Enquanto a bola rola…

Editorial
Guaíra, 28 de junho de 2018 - 09h57

 

 

 

 

 

 

Muita gente entretida na Copa do Mundo ficou sabendo por alto apenas que soltaram José Dirceu. Não tem ideia do que realmente aconteceu.

Os advogados de Lula, agora liderados por Sepúlveda Pertence, advogado com enorme trânsito no STF, tinham entrado novamente com um pedido para que Lula aguardasse o julgamento da última instância em liberdade.

Era um pedido estranho. Eles já haviam tentado essa manobra antes, e não funcionou. O STF já havia decidido em votação de todos os juízes que, em condenação em segunda instância, o réu deve começar imediatamente a cumprir a pena. Era uma decisão do plenário, de todos os 11 juízes do Supremo. Seria inconcebível que os juízes da Segunda Turma passassem por cima de uma votação de todo o Supremo. Mas Sepúlveda sabia o que estava fazendo.

E foi exatamente isso que aconteceu. Três ministros fizeram exatamente o acertado e votaram contra a decisão da corte: todos os casos apresentados de réus já condenados em segunda instância poderiam ser libertados.

Veja que loucura. Qualquer juiz, com um mínimo de responsabilidade, sabe que o que há mais importante em uma Suprema Corte é a estabilidade. É a definição de que pão é pão, queijo é queijo.

Por isso que para ser juiz de uma Suprema Corte é preciso grandeza. É ter a consciência que sendo voto vencido, sua decisão não pode ser superior à maioria.

Toffoli, Levandowski e Gilmar Mendes decidiram que não. Mesmo o STF tendo já decidido que o condenado em segunda instância tem que cumprir pena imediatamente, eles, individualmente, acham que tem que ser solto. E liberaram geral.

É tanto “nonsense” que, se um réu for julgado por todos os juízes do Supremo, tem que ir pra cadeia. Se for julgado pela segunda turma, onde Toffoli, Levandowski e Mendes são maioria, será libertado.

Como um país pode funcionar tendo dois pesos e duas medidas? Até onde vai a irresponsabilidade de pessoas como Toffoli, Levandowski e Mendes? Fachin, alguns dias antes, percebeu a manobra e jogou o caso de Lula novamente para ser julgado por todos os juízes da corte e tirou-o da pauta do dia 26. Se não tivesse feito isso, ontem Lula estaria saindo de Curitiba para assistir ao jogo do Brasil em algum sítio de um amigo.


TAGS:

LEIA TAMBÉM
Ver mais >

RECEBA A NOSSA VERSÃO DIGITAL!

As notícias e informações de Guaíra em seu e-mail
Ao se cadastrar você receberá a versão digital automaticamente