ENXERGANDO ALÉM

Editorial
Guaíra, 15 de janeiro de 2024 - 12h34

Raul Seixas, o eterno maluco beleza da música brasileira, deixou-nos não apenas canções memoráveis, mas também reflexões profundas que transcendem as décadas. Em sua provocativa declaração “Quem não tem colírio, usa óculos escuro”, Raul nos presenteia com uma metáfora que, ao invés de ser apenas uma expressão musical, pode ser interpretada como uma poderosa lição para a vida.

Num mundo muitas vezes turvo e complexo, enfrentamos desafios que exigem mais do que meramente olhar para a superfície. A metáfora de Raul Seixas destaca a importância da clareza de visão, da capacidade de enxergar além das aparências e compreender as nuances que compõem a realidade.

“Quem não tem colírio” pode ser interpretado como aquele que não investe tempo em buscar conhecimento, em entender as diversas perspectivas que compõem o tecido da sociedade. Viver superficialmente, limitando-se à primeira impressão, pode resultar em uma visão embaçada da realidade.

O uso de “óculos escuros” como alternativa é igualmente intrigante. Enxergamos o mundo através de nossas lentes, muitas vezes moldadas por experiências, preconceitos e conceitos preestabelecidos. Colocar os “óculos escuros” pode ser uma maneira de se proteger da intensidade da verdade, uma fuga da exposição à complexidade do mundo ao nosso redor.

Ao adotar essa metáfora, Raul Seixas nos convida a refletir sobre a importância da autenticidade e da coragem de encarar a realidade de frente. O colírio, nesse contexto, representa a busca constante pelo entendimento, pela abertura ao novo e pelo aprimoramento pessoal.

Não devemos temer a claridade que o colírio proporciona, pois é através dela que percebemos as nuances e a riqueza das experiências. A verdadeira visão, desobstruída por preconceitos e filtros, nos permite enxergar o mundo em toda a sua complexidade e beleza.

Portanto, que este ano que se inicia, possamos aceitar o desafio de buscar o colírio do conhecimento, e aprimorar nossa visão, para não precisarmos recorrer aos “óculos escuros” como uma fuga, mas sim possamos encarar a luz da verdade de maneira plena e autêntica. 

Na sabedoria de Raul Seixas, encontramos não apenas uma canção, mas uma lição atemporal sobre como devemos encarar a jornada da vida.


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