O estrago causado pela dengue em Guaíra, que já deixou centenas de pessoas doentes e duas suspeitas de morte, poderia ter sido menor se a cidade mantivesse estruturas adequadas de prevenção.
Desde o ano passado o alerta era feito através de notícias por esta folha e também pelo chefe da Vigilância, que não era muito ouvido dentro do Paço Municipal. Ele estava sem agentes suficientes, sem equipamentos adequados, sem uniformes, sem carros necessários, sem campanhas de orientação, ou seja, sem o apoio do governo municipal.
Assim, o número de positivos foi aumentando e apenas no meio do segundo semestre a prefeitura resolveu tomar medidas maiores para conter o mosquito Aedes Aegypti.
Mas isso parece ser um “mal” dos atuais governantes brasileiros. Com a Zika a situação não foi diferente. Há um ano, profissionais da saúde na Bahia reportaram casos de pacientes com suspeitas, em um primeiro momento, de um novo tipo de dengue. Mais tarde, o diagnóstico confirmado foi outro: contaminação por um vírus sobre o qual pouco se sabia, o Zika. Em maio, a Bahia confirmou um surto da doença.
Passado um ano dessas primeiras notificações, o Zika passou a ser identificado em cada vez mais municípios e, meses depois, foi descoberta a relação entre o vírus e um aumento nos casos de microcefalia entre bebês.
Em novembro de 2015, após mais de 140 casos de microcefalia em 44 municípios, o Ministério da Saúde decretou emergência em saúde pública.
Mas foi somente os Estados Unidos confirmarem quatro casos da doença no país, agora em janeiro de 2016, para que, em poucos dias, a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarasse o avanço da microcefalia, ligada ao Zika, nas Américas como uma emergência internacional.
O ministro da saúde, e até outros países, já pedem para que casais adiem planos de ter um filho, por consequência dos riscos. Mas a secretária de saúde de Guaíra disse que aqui não é necessário, já que não há confirmação da doença no município. Então tá!