Falta Educação

Editorial
Guaíra, 3 de dezembro de 2019 - 09h41

Aquela obra de arte que enfeita o nosso Parque Maracá foi idealizada pela artista plástica de renome internacional, a Sra. Tomie Ohtake – de origem japonesa, que elaborou esta escultura, inédita e única, para ser colocada exclusivamente no Parque de nossa cidade. Uma escultura igual àquela não existe em nenhuma parte do mundo: Foi criada exclusivamente para ser colocada no nosso ”cartão postal” e merece ser respeitada como tal.

Assim que foi colocada, naquele ponto estratégico, onde pode ser vista de vários pontos do nosso lago, houve um alarido muito grande vindo das mais variadas pessoas. Primeiro porque foi paga com dinheiro público e não entenderam a riqueza que é ter uma invenção daquela quilate. Depois porque não entenderam o que significava aqueles ”arcos distorcidos”.

Uma obra de arte é para ser apreciada, não para ser explicada, pois ela instiga a bagagem emocional de cada indivíduo separadamente e cada um a vê com os seus olhos críticos. E aqui ”crítico” não quer significar comentários maldosos ou ofensivos. Assim, quando perguntaram para Millôr Fernandes o porquê de seu ”Menino Maluquinho” ter uma panela na cabeça ao invés de um chapéu, ou boné ou coisa do gênero, ele simplesmente respondeu ”por que não?” Não dá para explicar uma criação artística.

Mas, o que deixa a população triste é a falta de respeito que há para com as ”coisas” públicas em nossa cidade. No caso desta escultura, o que tudo indica é que fizeram um evento perto da escultura e depois juntaram as sobras no pé de um daqueles ”arcos” e, inadvertidamente, algum indivíduo colocou fogo. Como se aquela obra de arte única e exclusiva de Guaíra não valesse absolutamente nada. É nesta hora que a ignorância toma conta do cidadão, que a falta de educação e falta de conhecimento geram o desconforto de se danificar uma das belezas que enriquecem nossa cidade. A artista Tomie Ohtake, que já faleceu, tem obras espalhadas pelo mundo, Guaíra tem o privilégio de possuir uma preciosidade destas que – infelizmente – não é reconhecida por uma pequena parte da nossa população.

Este fato não é o único. Várias vezes já noticiamos as ações desses vândalos que danificam placas das pracinhas, arrancam galhos e colocam fogo nos pés das árvores. Uma lástima…


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