Ficou para 10 de maio

Editorial
Guaíra, 27 de abril de 2017 - 10h10

Em despacho divulgado na manhã de ontem, o juiz federal Sérgio Moro mudou a data do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o próximo dia 10 de maio.

Em sua decisão, Moro citou as manifestações previstas para a data do depoimento como justificativa. “É possível que, na data do interrogatório, ocorram manifestações favoráveis ou contrárias ao acusado em questão [Lula], já que se trata de uma personalidade política, líder de partido e ex-presidente da República”.

O movimento “Ocupa Curitiba”, organizado pela Frente Brasil Popular, pretendia, por exemplo, reunir 50 mil pessoas em Curitiba para apoiar Lula durante o depoimento. A Frente Brasil Popular é formada por movimentos sociais e centrais sindicais. Movimentos de direita também planejavam protestar.

Moro diz ainda que “manifestações são permitidas desde que pacíficas”. “Havendo, o que não se espera, violência, deve ser controlada e apuradas as responsabilidades, inclusive de eventuais incitadores”, escreveu no despacho.

Na última segunda-feira (24), a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná haviam solicitado o adiamento.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que “o ex-presidente Lula está pronto para prestar seu depoimento e é o maior interessado em esclarecer a verdade dos fatos”.

O secretário de Segurança, Wagner Mesquita de Oliveira, disse a Moro que havia notícias de possível deslocamento de movimentos populares em virtude da semana de comemoração do Dia do Trabalhador. “O que pode gerar problemas de segurança pública, institucional e pessoal”, argumentou ao juiz.

Já a Polícia Federal, por meio do superintendente-regional do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, “solicitou mais tempo para as tratativas com os órgãos de segurança e de inteligência para a audiência que será realizada”.

Lula será ouvido como réu na ação penal em que responde por ocultação de bens. Ele é suspeito de ser o dono de um apartamento tríplex no edifício Solaris, no Guarujá, construído pela empreiteira OAS e da qual a empresa é dona no papel.

A empresa também teria pago o armazenamento de bens do presidente entre 2011 e 2016. O valor total da vantagem indevida seria de R$ 3,7 milhões. Este valor seria decorrente de propinas de R$ 87,7 milhões obtidas via contratos da Petrobras com a OAS nas refinarias Abreu e Lima e Getúlio Vargas.


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