“Quem tem juízes como acusadores precisa de Deus como advogado.” Ah, a Idade Média, onde recorrer a divindades era praticamente o último recurso para garantir que o jogo não estava completamente manipulado. É maravilhoso pensar que, quando tudo falhava – o julgamento justo era tão raro quanto ver uma sereia na bacia hidrográfica mais próxima – a esperança recaía diretamente nos ombros misericordiosos do Todo-Poderoso.
Imagine você, uma pessoa comum, adentrando um tribunal medieval, onde os juízes tinham grandes chances de já ter suas sentenças decididas antes mesmo de você conseguir implorar pela sua inocência. É uma situação tão bizarra que só resta rir… ou então rezar fervorosamente por uma intervenção divina. Era quase como jogar no casino da justiça, onde a casa sempre ganhava, e a única trapaça permitida era clamar por ajuda celestial.
Hoje, claro, nos gabamos de sistemas mais avançados que se esforçam para esquecer essa bagunça medieval. Porém, ainda é útil lembrar que a equidade e a imparcialidade são pedras fundamentais que precisam ser constantemente polidas, mesmo em nossos tempos “modernos” de justiça eficiente. Ainda precisamos trabalhar para garantir que os julgamentos sejam baseados em provas sólidas e não em vendetas pessoais.
Sendo assim, enquanto esperamos ter evoluído além da necessidade de advogados divinos – porque, convenhamos, milagres diários são uma gestão de projetos complicada – seguimos com a missão de tornar a justiça uma prática efetiva. Se podemos aprender algo dessa frase antiga, é fazer com que o nosso sistema legal seja balizado pela busca sincera por verdade e equidade, levando a sala do tribunal a ser um local de justiça, não de caprichos do destino.