Maio termina. A urgência, não.

Editorial
Guaíra, 28 de maio de 2025 - 08h55

Mais um mês de maio se encerra. E com ele, o Maio Amarelo, campanha que tem a pretensão, justa e necessária, de chamar atenção para algo que todos fingem não ver: a violência no trânsito.

Quantos pereceram este mês por imprudência? Quantos pais não voltaram para casa? Quantos filhos ficaram esperando um abraço que nunca mais vai chegar?

É revoltante que, mesmo com estatísticas assustadoras, o trânsito ainda seja tratado com descaso por tantos. Gente que bebe e dirige achando que tem domínio de tudo. Gente que fala no celular ao volante como se uma mensagem fosse mais urgente que uma vida. Pessoas que estacionam em vaga de deficiente, que fecham cruzamento, que ignoram o sinal vermelho como se regras fossem enfeite.

Não são acidentes. São escolhas. Escolhas irresponsáveis, egoístas, muitas vezes criminosas. A cada morte no trânsito, não falta somente sorte. Falta empatia. Falta educação. Falta punição real.

O Maio Amarelo é um grito. Um alerta. Um pedido de socorro. Mas também é uma cobrança: da sociedade, das autoridades e de cada um de nós. Não adianta pintar faixas de amarelo e fazer campanha bonita se os buracos continuam nas ruas, se o transporte público é precário, se o Estado falha na fiscalização e se o cidadão continua acreditando ser dono da rua.

É hora de encarar o trânsito como uma questão de saúde pública, de direitos humanos, de civilização. Viver não pode ser uma loteria para quem sai de casa de automóvel, moto, bicicleta ou a pé.

O trânsito precisa deixar de ser uma roleta russa para se tornar, de fato, um espaço de convivência. Maio termina. A urgência, não.


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