Mais médicos: uma desfaçatez!

Editorial
Guaíra, 26 de novembro de 2018 - 09h53

Os telegramas entre Cuba e Brasil sobre o Programa “Mais Médicos”, divulgados pela Folha de São Paulo, são ultrajantes.

Em uma das partes mais cabeludas, Cuba sinaliza que a contratação dos médicos cubanos seria ótima para o Brasil. E não porque iria melhorar a vida dos brasileiros mais carentes.

Segundo o texto, ao contratar médicos cubanos, o governo brasileiro ajudará a si mesmo, já que esses recursos serão usados para abater a dívida de Cuba com o BNDES com o porto de Mariel.

A desfaçatez é tão grande que eles, seguindo essa lógica, sugerem uma troca: abater a dívida do BNDES pela permissão de uso dos médicos cubanos. Veja bem, “permissão”. Os cubanos ainda seriam pagos pelo serviço prestado.

Eles devem ter visto a negociação de Pasadena feito por Dilma e pensado: “Vamos nos aproveitar dessa tonta ai também”.

E ainda alguns brasileiros, enchendo as redes sociais de textões dizendo que o dinheiro recebido pelos “Mais Médicos” seria para Cuba usar em melhorias sociais. E que Cuba se preocupa com a população carente brasileira.

Em contra partida, um balanço  divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que 6.394 profissionais formados no Brasil se inscreveram para trabalhar no “Mais Médicos” até o momento.  Do total, no entanto, foram validados 2.812 pedidos. As demais inscrições foram anuladas, por apresentarem inconsistências nos dados apresentados. Dos inscritos efetivados, 2.209 já escolheram os locais onde vão trabalhar.

O sistema de inscrição para o “Mais Médicos” continua instável. Desde o seu inicio,o site recebeu mais de um milhão de acessos, número que representa o dobro de médicos em atividade no País. Para o Ministério da Saúde, a procura exagerada é reflexo de ataque ao sistema.

Este “ataque ao sistema” pode ser interpretado como o “brasileiro lutando contra o brasileiro”. Há uma parcela da população que ainda não se conforma que a eleição acabou. Que não há terceiro turno. Que torcem para que o governo – que ainda nem tomou posse – dê errado e tem mais:que vislumbram os quatro anos vindouros como os mais turbulentos, negros e difíceis da vida do brasileiro.

Convenhamos: quem sobreviveu a 16 anos de desmandos, de roubalheira, de corrupção, pagando os impostos mais altos do mundo para dar uma condição de vidanababesca aos políticos, não pode apostar em mais quatro anos de tortura.


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