Moedas raras

Editorial
Guaíra, 17 de fevereiro de 2017 - 08h07

Lula foi alçado a ministro com a clara intenção de fugir das garras da Lava Jato, no histórico evento em que “Bessias” foi levar o documento de posse para que fosse assinado antes da posse. O caso foi parar no Supremo e o ministro escolhido, o falecido Teori Zavaski, jogou o caso para que o plenário decidisse.

Agora, Moreira Franco foi alçado a ministro – inclusive criando-se uma nova pasta apenas para alocá-lo – para fugir das garras da Lava Jato. O caso foi encaminhado ao STF e Celso de Melo foi sorteado para julgar a liminar. Deu uma banana pra coerência e permitiu que o Angorá – o codinome de Moreira na lista de propina da Odebrecht – ficasse livre da Lava-Jato.

Até o início deste mês, Moreira Franco era o secretário-executivo do Programa de Parcerias para Investimentos, cargo que não tinha status de ministro. No dia 2, o presidente Michel Temer recriou a extinta Secretaria Geral da Presidência e o nomeou para o cargo.

Com a posse, Moreira Franco passou a ter direito ao foro privilegiado e, questionado após a cerimônia de posse sobre o fato de ter sido citado na delação do ex-executivo da Odebrecht, Claudio Melo Filho, o peemedebista declarou que a nomeação dele não teve outro objetivo a não ser “fortalecer” a Presidência.

Na ação, o partido Rede apontou “desvio de finalidade” na nomeação de Franco que, para o partido, teve como objetivo o conceder o foro privilegiado.

A legenda argumentou, ainda, que a intenção seria evitar o andamento normal de eventuais investigações contra o peemedebista na Lava Jato, impedir uma futura prisão e atrasar o julgamento dele. O ministro ainda não é alvo de qualquer pedido de investigação na Justiça relacionada ao caso.

Coerência e honestidade realmente viraram moedas raras no país.

 

 


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